O Legislativo da Bolívia adiou para segunda-feira a discussão de uma lei que autoriza o governo a alterar os contratos assinados em outubro passado com dez multinacionais de petróleo, entre elas a Petrobras, após acusações de irregularidades e erros no trâmite dos mesmos.

Assim que a oposição de direita, que controla o Senado, observou na terça-feira passada "irregularidades suspeitas" em um anexo dos contratos, o governo do presidente Evo Morales aceitou votar uma lei para modificar o texto em questão e corrigir o que o governo chamou de "erros de digitação".

A acusação da oposição basicamente destaca que o governo enviou ao Congresso para aprovação um texto diferente do assinado com as multinacionais.

A oposição conservadora afirmou na quinta-feira que o governo boliviano deu "compensações ilegais" à Petrobras e a outras nove empresas, dentro dos 44 contratos assinados após o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos (petróleo e gás).

Para a "Podemos", principal aliança da oposição, do ex-presidente de direita Jorge Quiroga, há diferenças suspeitas entre os contratos assinados pela YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) com as companhias estrangeiras e as cópias destes contratos que a estatal publicou pouco depois em seu site.