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Vereadora mais jovem da região, Bruna Biondi admite enfrentar resistência em São Caetano

Política de 21 anos do Psol, que encabeça mandato coletivo, diz que manterá bandeira de esquerda em uma cidade conservadora

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
01/02/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Vereadora mais jovem da atual legislatura no Grande ABC, com 21 anos, Bruna Biondi (Psol) encabeça o mandato coletivo Mulheres por Mais Direitos. Jovem, mulher e de um partido de esquerda, ela desembarca na Câmara de São Caetano, cidade mais conservadora da região, sabedora de que enfrentará muita resistência. Bruna recebeu 2.101 votos na eleição do ano passado, terceiro melhor desempenho no município e que gerou a primeira vitória do Psol em São Caetano. Ela se elegeu ao lado de Fernanda Gomes e Paula Áviles, que se denominam covereadoras – na legislação eleitoral essa figura não existe de fato, o que já gerou embate na primeira sessão do ano.

Após a eleição para a mesa diretora, Bruna pediu para utilizar a tribuna. Fez introdução e tentou passar a palavra par Paula e Fernanda, que estavam nas galerias, discursarem. À frente da Câmara, Tite Campanella (Cidadania) – atualmente prefeito – impediu o movimento, alegando que o regimento interno e a LOM (Lei Orgânica do Município) só permite discurso de vereadores eleitos. Durante os dois minutos de fala de Bruna, houve discussão e som de campainha, ininterruptamente pressionada por Tite.<EM>

“Sabemos que teremos resistência. Na primeira sessão da casa já sentimos isso, tanto por sermos mulheres, sermos jovens em um mandato coletivo, em uma forma de organização política que coloca em xeque o individualismo, a política dos velhos coronéis, que é a força dominante na casa”, declarou Bruna, que, naquele dia, utilizou máscara com a imagem de Marielle Franco (Psol), vereadora do Rio de Janeiro assassinada a tiros em 2018.

No Grande ABC, São Caetano foi a cidade onde mais eleitores votaram no atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Dentre os diversos inimigos políticos que Bolsonaro coleciona desde que tomou posse como mandatário do Palácio do Planalto, o Psol e parlamentares da sigla estão entre os principais rivais. 

“Sabemos dos riscos que estão colocados em um governo autoritário a nível nacional, uma cidade que não está acostumada com disputa política, com oposição combativa. Sabemos dos riscos e repudiamos de todas as formas de violência”, afirmou. A despeito de mostrar ciência das dificuldades na Câmara, Bruna sustenta que não se abalará com os obstáculos e que defenderá os ideais do partido, com oposição ferrenha dentro da casa. “Estamos apostando que nosso mandato será efetivo, porque não iremos nos limitar apenas a apresentar projetos. Somos parte dos movimentos sociais e vamos utilizar o mandato para articular. Isso já tem se refletido no primeiro mês de atuação."




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