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Vítimas são enterradas em São Paulo
Por Adriana Ferraz e Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
13/07/2006 | 07:52
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Três vítimas dos últimos ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foram enterradas quarta-feira, em São Paulo. O jogador de futebol Douglas Konishi de Souza, 23 anos, foi assassinado na manhã de terça-feira, quando acompanhava a mulher a um ponto de ônibus no bairro onde moravam, na zona Sul da capital. O policial militar da Força Tática, Odair José Lorenzi, 29 anos, foi metralhado na porta de casa, quando atendia um chamado de uma mulher desconhecida. A irmã dele, Rita de Cássia Lorenzi, 31, também foi executada ao abrir a janela para conferir de onde vinham os tiros.

No velório de Douglas de Souza, o clima era de perplexidade e tristeza. Morto a tiros na Vila Santa Catarina, o esportista era filho de um funcionário do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema. O sentimento de revolta tomou conta de parentes e amigos durante o sepultamento, no Cemitério de Congonhas, em São Paulo, e o medo de novas represálias fez com que a família da vítima tentasse impedir o trabalho da reportagem. Com a ajuda da administração, diversos veículos de comunicação foram convidados a se retirarem do local.

A possibilidade de Douglas ter sido confundido com o cunhado, que também é agente penitenciário (do CDP de Mauá) e tem o mesmo porte físico da vítima, deixa a família ainda mais apreensiva. Na porta do velório, um grupo de homens protegia o acesso de pessoas desconhecidas. Os poucos parentes e vizinhos que aceitaram conversar com o Diário, na manhã de quarta-feira, afirmaram que os pais e a esposa, Patrícia Silvia Konishi, 31, querem distância da imprensa. “Nós não podemos nos expor. Ninguém sabe o que mais pode acontecer conosco”, disse um dos tios do rapaz, sem se identificar.

Após receber três tiros nas costas, um no pescoço e outro nas nádegas, Douglas foi levado ao Pronto-Socorro do Hospital Jabaquara, onde morreu. Até a noite de quarta-feira, a Secretaria de Segurança Pública não tinha informações sobre os suspeitos, que teriam usado um veículo de cor prata. Testemunhas não conseguiram identificar o modelo do carro, mas anotaram a placa: CVC-2431.

Como protesto, os funcionários do CDP de Diadema, onde trabalha o pai da vítima, interromperam parcialmente suas atividades durante o dia de quarta-feira. A entrada de advogados foi proibida, assim como o banho de sol dos presos. Uma operação pente-fino foi realizada nas celas, mas o resultado da blitz não foi divulgado. (Com AE)



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