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Enquanto isso, em Limeira...

Afastado do cargo desde sexta-feira, o prefeito de Limeira, Silvio Félix (PDT), tenta na Justiça anular os

Wilson Marini
26/01/2012 | 00:00
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Afastado do cargo desde sexta-feira, o prefeito de Limeira, Silvio Félix (PDT), tenta na Justiça anular os trabalhos da Comissão Processante da Câmara Municipal. Na segunda-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou pedido em recurso movido pela defesa de Félix, após uma liminar, com o mesmo objetivo, ter sido negada em primeira instância da cidade.

Para a desembargadora Ana Luiza Liarte, "não se vislumbra nenhum prejuízo na continuidade do procedimento administrativo para apurar eventuais irregularidades". Félix afastou-se do cargo depois de três dias da ordem judicial que determinou seu novo afastamento e de muitas tentativas para continuar no cargo. Assumiu a administração muncipal o vice-prefeito Orlando José Zovico (PDT).

Advogados do prefeito afastado defendem que a CP foi constituída a partir de uma denúncia irregular, já que, segundo eles, não contaria com descrição de fatos indispensáveis para caracterizar conduta incompatível com o cargo de prefeito. Mas a desembargadora julgou que a criação da comissão "não ameaça a violação de qualquer direito". Ela também apontou que "não há ilegalidade ou abusividade patente na investigação".

Esse é mais um capítulo na história política recente do município que tem o ponto alto na investigação deflagrada em novembro pelo Ministério Público. O processo por suposto enriquecimento ilícito resultou em prisão da mulher, filhos, parentes e pessoas próximas ao prefeito. A Câmara Municipal, por sua vez, tenta fazer a sua parte nas investigações. Na semana passada, a Associação Paulista de Jornais , rede da qual faz parte o Jornal de Limeira, emitiu nota oficial cobrando investigação de ameaças, de origem desconhecida, dirigidas a jornalistas da cidade em função de reportagens publicadas sobre o assunto.

Futebol e a aldeia

Sem muro para isolar o setor das cadeiras, o Estádio Municipal Bruno José Daniel, de Santo André, foi interditado pela Federação Paulista de Futebol. A obra era o que estava faltando para a Polícia Militar emitir laudo sobre a segurança do local. Com isso, o time da cidade, popularmente conhecido como Ramalhão, terá que mandar os seus jogos no estádio da vizinha São Caetano, que, paradoxalmente, também é propriedade municipal.

Em seu site, o clube esperneia. Relata que após demolir a marquise, paralisar a obra e abandonar entulho na arquibancada, a Prefeitura de Santo André deu "outra prova do descaso" ao não levantar o muro. "A irresponsabilidade da administração municipal na condução da reforma do estádio extrapolou os limites". É o grito do torcedor, mas também é a voz que clama por atenção aos valores da cidade. O protesto vai além: "Abandonado e jogado praticamente às traças, ninguém da administração municipal sabe ao certo qual o destino do cartão de visitas da nossa cidade".

O assunto entrou na pauta política. Um vereador diz que vai apurar suspeitas sobre a reforma do Bruno Daniel. "Quero saber qual foi a empresa contratada, quanto foi pago e para onde foi o entulho retirado do estádio e que seria utilizado no recapeamento das ruas. Temos de investigar tudo".

A reação da comunidade denota a paixão pelo futebol, mas é mais do que isso. ‘Queres ser universal? Cante a sua aldeia'. O ensinamento é de Tolstói, no começo do século passado. A globalização não sufocou os valores regionais, ao contrário, torna-se cada vez mais importante valorizar as raízes como forma de entender e interagir com o mundo cada vez mais pasteurizado. Essa é uma das razões da surpresa do imobilismo oficial do município de Santo André, que deveria zelar pelas suas conquistas e, pelo menos até agora, não está nem aí com a aldeia ao redor. Tomara que as coisas entrem no eixo e a torcida possa acompanhar os jogos do seu time no estádio que é de todos.

São Paulo, 458

A Capital paulista é o principal centro financeiro da América Latina e a sexta maior concentração urbana do planeta. É a mais populosa do Hemisfério Sul. Os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo produzem o equivalente à metade da produção paulista de bens e serviços (os outros 50% são do Interior). São Paulo segue coerente no seu gigantismo com o lema expresso em latim em sua bandeira, Non ducor, duco (Não sou conduzido, conduzo, em português). Fundada em 1554 por padres jesuítas, essa cidade global completou ontem 458 anos. Os leitores dos jornais da Rede APJ, da qual faz parte este jornal, encontraram na edição de ontem caderno alusivo à data com o título de capa ‘Descubra a cidade'. Isso mesmo. Por mais conhecida que seja, é uma metrópole ainda a ser desvendada e explorada.




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