Setecidades Titulo Dengue
Região não tem registros da doença até o momento
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
21/03/2017 | 07:00
Compartilhar notícia


Em seis das sete cidades do Grande ABC (exceto Rio Grande da Serra, que não retornou as informações), não houve registro de caso confirmado de dengue autóctone (contraído no município onde a pessoa reside) de janeiro até a data de ontem.

A doença, causada pelo mosquito Aedes aegypti, teve o auge de ocorrências na região em 2015, quando foram notificados 7.403 casos e sete pessoas morreram. A situação declinou desde então.

Em São Bernardo, de janeiro a março de 2015 foram contabilizados 1.186 casos autóctones. O número caiu para 512 no mesmo período de 2016 e, até o momento, ninguém foi infectado na cidade.

Santo André também observou redução – de 1.377 casos em 2015 para 315 no ano passado. Em 2017, nenhum caso foi registrado.

As prefeituras de São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires informaram que não houve registros de dengue autóctone em 2017, sem quantificar as ocorrências do mesmo período dos dois últimos anos.

A contribuição para a queda brusca está, entre outros fatores, no surto que ocorreu da doença. Existem quatro variações de vírus da dengue, sendo que a predominante no País, quando houve o auge de casos, foi o tipo 1. Os vírus diferem na genética, mas provocam os mesmos sintomas. “Pelo fato de ter havido tantos casos nos anos anteriores, as pessoas que tiveram a infecção produziram anticorpos e, se tem o mesmo vírus circulando, vão ter menos pessoas vulneráveis, porque elas só poderão pegar se for outro vírus (que não o tipo 1), explica o infectologista Jessé Reis.

O especialista ressalta que pode haver, nas próximas semanas, o surgimento de casos que aguardam confirmação. “Os dados dependem de exames laboratoriais e isso pode lentificar as notificações.” Os exames são processados no Instituto Adolfo Lutz da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, com resultado entre 20 e 30 dias.

Apesar disso, não há o risco de surto de dengue neste ano, na visão de Reis. “Daqui para frente começa a ter temperatura mais baixa, menos propensa à criação dos mosquito.” No entanto, o médico deixa um alerta. “As medidas de prevenção não devem mudar ao longo do ano todo, afinal, o Brasil não é tão frio.”


Kits para sorologia da doença são suficientes, diz Estado

Embora o Estado tenha solicitado ao Ministério da Saúde 187 kits para fazer a sorologia dos exames da dengue e ter recebido número inferior – 137 –, a secretaria estadual de Saúde afirmou possuir quantidade necessária para atender a demanda atual. Cada kit faz, em média, 90 testes e é repassado aos municípios mediante solicitação. A Pasta não informou se as cidades do Grande ABC fizeram pedido.

Em 2016, a confirmação de casos de dengue ficou prejudicada na região quando, em 14 de março, comunicado divulgado pela Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde, enviado a todos os municípios paulistas, informou que em virtude da contingência de kits para diagnóstico de dengue e a impossibilidade de atender a demanda represada, havia necessidade imediata de se estabelecer critérios para o uso dos kits disponíveis.

À época, ficou estabelecido que as coletas de amostras deveriam ocorrer somente para situações graves, óbitos e casos suspeitos de municípios que ainda estão classificados como silenciosos (na região, apenas Rio Grande da Serra, que não registrou caso de dengue autóctone nos anos de 2015 e 2016). Dessa forma, centenas de testes que haviam sido enviados pelas cidades ficaram represados pelo órgão estadual. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;