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Opções acessíveis: Chevrolet Captiva Ecotec x Dodge Journey
Wagner Oliveira
Marcelo Monegato
11/08/2010 | 07:06
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O Chevrolet Captiva Ecotec foi exibido no Challenge Bibendum, evento mundial organizado pela Michelin em junho no Rio de Janeiro, como exemplo de veículo ambientalmente sustentável. O mérito não deixa de ser louvável, mas a sensação é de que o motor de 2,4 litros não casou bem com o porte deste utitilitário esportivo mexicano.

Não é que o motor 2.4 16V - que gera 171 cv a 6.200 rpm e torque de 22,2 mkgf a 5.100 rpm - não cumpra sua função de conduzir pessoas de casa para o trabalho confortavelmente. Cumpre. Mas a impressão é que falta algo mais apimentado para um carro de proporções grandes - pelo menos para o nosso mercado.

Como veículo concebido para o consumidor norte-americano, o utilitário sempre vai melhor quando tem o propulsor mais forte para dar conta da relação peso-potência. É por isso que também se vende aqui a versão Sport, muito mais acertada com o motor V6.

Mas o fabricante já tem a resposta na ponta da língua. O Ecotec esta aí para atender quem prioriza o consumo. Aqueles que preferirem as fortes emoções podem comprar a versão mais cara. Simples assim.

Em termos de desempenho, o Ecotec ganharia, numa escala imaginária de 0 a 10, nota 6. Mas se fosse avaliado pela sustentabilidade, teria nota 8,5.

Segundo medições realizadas pela General Motors, a versão equipada com motor Ecotec faz 10 km/litro na cidade e 14,9 km/litro na estrada - média combinada de 11,7 km/litro.

Como o motor, a caixa automática de quatro velocidades também não arranca suspiros - está ali para cumprir o trivial. Nota 6.

Internamente, o Captiva oferece bom espaço para pernas, cabeças e braços tanto para passageiros quanto para o motorista. O painel muito bem resolvido oferece fácil acessibilidade e visualização dos instrumentos. De série, o sistema de áudio produz som bem equalizado.

Com 821 litros, e podendo ir a 1.586 litros com rebatimentos dos assentos traseiros, o veículo oferece razoável índice volumétrico para malas e demais objetos do dia a dia. Pelo conjunto do habitáculo, nota 9.

Externamente, as linhas do Captiva ainda parecem atuais - embora a concorrência, a exemplo do Hyundai ix35, já dê alguns passos à frente. A altura mínima de 200 mm em relação ao solo garante destaque ao Chevrolet por onde ele passe. Também garante ampla visão para quem dirige - um dado muito valorizado pelas mulheres.

Parte do para-choque de plástico na cor preta, assim como molduras das portas, deram visual descolado ao Ecotec. Rodas de alumínio aro 17 valorizam o design externo, que merece, pelo conjunto, nota 8.

Por R$ 84 mil, o carro não oferece bancos de couro nem sensor de estacionamento. Você apostaria na emoção ou na razão?


Dodge Journey
O Dodge Journey está presente em dois importantes momentos da Chrysler aqui no Brasil. Apresentado em 2008, o crossover era o primeiro modelo da marca a ser comercializado no País após recente divórcio com a Daimler. Agora - cerca de dois anos depois -, o Journey reinventa-se na versão econômica SE (R$ 85,9 mil) quando as esperanças estão renovadas com a parceria estratégica com a Fiat.

O Journey SE é equipado com o mesmo motor 2.7 V6 a gasolina de 185 cv e torque de 25,4 mkgf das configurações intermediária SXT (R$ 99,9 mil) e topo de linha RT (R$ 107,9 mil). A transmissão é automática de seis velocidades, com opção de trocas manuais pela alavanca.

Para ficar mais em conta, atrair o consumidor e ampliar as vendas, a Dodge - comandada, assim como a Jeep, pela Chrysler - tirou alguns itens de série como rodas de liga leve, ajustes elétricos do banco do motorista, sensor de estacionamento, revestimento dos bancos em couro, entre outros mimos. No entanto, manteve alguns dos principais itens de conforto e segurança: air bag duplo frontal, lateral e tipo cortina, freis com ABS, controle de estabilidade (ESP), direção elétrica, ar-condicionado e CD player com MP3.

O grande destaque do SE, no entanto, é o mesmo das outras versões: o amplo espaço interno. Apto a levar até cinco passageiros de forma extremamente confortável - as outras configurações têm a terceira fileira para levar mais dois ocupantes -, o Jorney tem 4,88 metros de comprimento, 2,89 metros de distância entre os eixos e 1,74 metro de altura.

O porta-malas também é amplo, com 758 litros - pode atingir 1.461 litros com os bancos traseiros (deslizantes e reclináveis) rebatidos. Nota 9,5.

O acabamento é honesto. Longe das opções superiores, já que os bancos são revestidos com tecido, os materiais plásticos utilizados têm boa qualidade. E os encaixes das peças são perfeitos. Ponto negativo apenas para o simplório painel de instrumentos. A Dodge poderia ter adotado velocímetro e conta-giros maiores.

Por fora, o Journey é imponente. Conquista os que gostam de carros mais invocados. O crossover exala o estilo americano de ser com suas formas robustas: quadradão, grade do radiador imponente, lateral com linha de cintura alta e traseira bem resolvida. Nota 8.

Rodando, no entanto, o Journey SE vacila. Apesar do motorzão seis cilindros sob o capô, o Dodge é moroso. As acelerações e retomadas são lentas - apesar de o ronco ser alto. A culpa talvez esteja no peso elevado (1.940 quilos) e na transmissão de seis velocidades com relação ligeiramente alongada. Relação mais curta nas primeiras marchas poderia deixar o crossover mais esperto. A suspensão com acerto rígido agrada e não tira o conforto. Ponto positivo para o isolamento acústico. Nota 7 para conjunto câmbio e motor.

O Journey tem os requisitos para ser familiar. A versão SE, com sua calotinha, é um pouco mais em conta e torna-se interessante pelo custo-benefício. O desempenho poderia ser melhorado, hein Dodge? (Marcelo Monegato)

VEREDICTO

Chevrolet Captiva Ecotec e Dodge Journey SE focam o mesmo perfil de comprador: aquele que busca, em primeiro lugar, espaço e conforto acima da média não apenas para o condutor, mas também para os demais passageiros.

E apesar de terem motores potentes, ambos deixam a desejar no quesito desempenho.

No fator custo-benefício, os dois voltam a se equiparar. No universo acima dos R$ 80 mil, o fato de o Captiva custar R$ 1.900 menos e oferecer a mais apenas rodas de liga leve de 17 polegadas e faróis de neblina não é tão determinante.

Determinante é a vida à bordo. E neste ponto, o Journey é melhor. É maior, mais alto e tem distância entre os eixos superior - apesar de o porta-malas menor. Por isso, o Dodge é o vencedor.

Números

Chevrolet Captiva 2.4 Ecotec

Dodge Journey SE

Motor

Ecotec 2.4 16V a gasolina

2.7 V6 a gasolina

Potência

171 cv a 6.200 rpm

185 cv a 5.500 rpm

Torque

22,2 mkgf (g) a 5.100 rpm /

25,4 mkgf a 4.000 rpm

Velocidade máxima

180 km/h

182 km/h

Aceleração de 0 a 100 km/h

11,3 s

10,8 s

Comprimento

4,57 metros

4,88 metros

Altura

1,70 metro

1,74 metro

Distância entre eixos

2,70 metros

2,89 metros

Peso

1.678 quilos

1.940 quilos

Porta-malas

821 litros

758 litros (até o teto)

Tanque

72 litros

76 litros

 

Equipamentos

Chevrolet Captiva 2.4 Ecotec

Dodge Journey SE

Preço básico

R$ 84 mil

R$ 85,7 mil

Air bags

Série (frontais e laterais)

Série (frontais, laterais e tipo cortina)

Ar-condicionado

Série

Série

Bancos revestidos de couro

Opcionais (R$ 2.500)

Não disponíveis

CD player com MP3

Série

Série

Comando de voz

Não disponível

Não disponível

Computador de bordo

Série

Série

Controlador de velocidade

Série

Não disponível

Direção hidráulica

Série

Série

Faróis de neblina

Série

Não disponíveis

Freios ABS

Série

Série

Rodas de liga leve

Série (17 polegadas)

Não disponíveis

Sensor de estacionamento

Opcional (R$ 900)

Não disponível




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