Acabou a contagem regressiva. Chegou o dia em que os olhos do mundo estarão voltados para o Soccer City, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo entre a anfitriã África do Sul e o México, hoje, às 11h (horário de Brasília). À frente dos Bafana Bafana, o brasileiro Carlos Alberto Parreira, que tem como missão levar os africanos, ao menos, pela primeira vez às oitavas de final do torneio.

O técnico, que pela sexta vez disputa o Mundial, tem missão inédita, que é vencer a primeira partida à frente de uma seleção estrangeira.

Independentemente do resultado do confronto, o jogo simboliza a vitória de um país que a duras penas conviveu com a desconfiança de que não seria capaz de deixar a casa pronta para o Mundial. Afinal, ao longo dos últimos quatro anos, seguidas greves atrasaram as obras nos estádios.

Na véspera do jogo, Parreira apimentou o clima ao dizer que os Bafana Bafana têm uma identidade e que o time vai fazer "um verdadeiro inferno" para bater o México.

"O jogo de abertura de uma Copa tem sempre muita pressão, o mundo inteiro assistindo e isso intimida os dois times, não tem jeito. Mas nossa equipe já tem uma cara, confiança para orgulhar este país. Vamos transformar o campo de jogo em um inferno para qualquer um que nos enfrentar", disse o brasileiro.

Parreira destaca a vantagem de jogar em casa e espera que o apoio popular empurre a África do Sul diante dos mexicanos.

No entanto, mostrou irritação com a pergunta de um repórter que insinuou que a preparação da África lembra a do Brasil de 2006, pela badalação. "Fomos apenas retribuir o carinho demonstrado pela população", disse o treinador, referindo-se ao desfile em carro aberto de alguns jogadores na quarta-feira durante cerimônia para dar um abraço simbólico na seleção nacional, como forma de celebrar a chegada da Copa do Mundo.

O técnico mexicano, Javier Aguirre, que vai para a quarta Copa, minimizou o discurso de Parreira. "São 11 contra 11 e guerreiros não gostam muito de usar a palavra antes de uma batalha", cutucou.

Parreira e Aguirre concordaram com em um ponto. Avaliam que no Grupo A, com África do Sul, França, México e Uruguai têm chances iguais de chegar às oitavas do Mundial.

"Podemos ganhar as três partidas, empatar as três ou perder as três. Já tentei simular os resultados, mas é impossível. Tive a preocupação de olhar a campanha dos anfitriões de outras Copas e sempre tinha um Iraque ou um El Salvador no grupo. Desta vez, não. A França não era cabeça de chave e poderia ter caído no grupo do Brasil, da Itália, mas veio cair justo no nosso", disse Parreira.

Ex-técnico ‘abre' cornetagem e contesta posição de Piennar

A cornetagem na Copa já começou. E o primeiro sopro foi justamente para a seleção da África do Sul. O ex-técnico Cliver Barker disse não gostar da opção de Carlos Alberto Parreira de usar Steven Pienaar como atacante.

Embora a tática do brasileiro tenha ajudado os Bafana Bafana a vencer os três últimos amistosos, Barker disse que prefere ver o jogador atuando como meia.

"Se você tivesse Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Carlos Tevez, não iria querer arriscar uma posição diferente para eles. Parreira seria louco se deixasse Piennar no ataque ao lado de Katlego Mphela. Ele deveria ficar aberto na esquerda do meio de campo, onde joga melhor", comentou Barker.

A avaliação é respaldada na eleição de Piennar como melhor jogador do Everton (Inglaterra) na última temporada. Durante toda a competição, atuou pelo lado esquerdo. (Das Agências)