Da campanha à Prefeitura do Rio, o candidato do PSDB, deputado Ronaldo Cezar Coelho, sairá, pelo menos, com uma relíquia política: a mensagem de apoio gravada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para os programas do horário eleitoral gratuito de rádio e televisao. O presidente nao vai repetir o gesto para outros candidatos, garantem assessores e integrantes do núcleo de articulaçao política do governo. Nem mesmo para o tucano Geraldo Alckmin, em Sao Paulo.

A participaçao do presidente nesta campanha eleitoral, segundo interlocutores do Palácio do Planalto, se limitará à declaraçao de voto em favor de Alckmin. Nada mais. Até porque, na avaliaçao do Planalto, apoios municipais poderiam criar problemas na esfera federal da base de sustentaçao política do governo. Os ministros estao liberados para fazer campanha, fora do horário de trabalho.

Apontado no início do processo eleitoral como "persona non grata" nas campanhas dos aliados, por causa dos baixos índices de popularidade, o presidente Fernando Henrique Cardoso e seus auxiliares foram surpreendidos, nas últimas semanas, com pedidos de gravaçoes de apoio, especialmente de parlamentares governistas interessados em eleger seus candidatos em prefeituras do interior.

Aliança - "Nao dá para atender porque a aliança é muito grande; se grava para um tem que gravar para todos", aconselhou um marqueteiro do governo, repetindo os argumentos já utilizados na eleiçao municipal de 1996.

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), também propoe que o presidente encerre sua participaçao na mensagem para Ronaldo Cezar Coelho. "O presidente gravou para um herói do Rio de Janeiro que o está defendendo na campanha", brincou ACM.

E é essa explicaçao que está sendo dada aos poucos aliados que demoraram para pedir mensagens de apoio do presidente.