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Clinton quer fim de conflito russo-checheno
Do Diário do Grande ABC
17/11/1999 | 10:41
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Bill Clinton tentará convencer Boris Yeltsin de que a Rússia comete um erro na Chechênia, ao acentuar uma ofensiva militar, que causa cada vez mais vítimas entre a populaçao da pequena república independentista, durante um encontro, nesta quinta-feira, em Istambul com o presidente russo, à margem da cúpula da OSCE.

Embora o assunto nao esteja formalmente na ordem-do-dia desta reuniao, que congrega dirigentes de 54 países da Europa e América do Norte, membros da Organizaçao para a Segurança e a Cooperaçao na Europa, a guerra na Chechênia pode ser o assunto dominante dessa reuniao e colocar Yeltsin, doente e enfraquecido, na posiçao de acusado.

Cada vez mais preocupados com as conseqüências deste conflito, os ocidentais farao frente única ante o presidente russo, fazendo-o saber que esta guerra corre o risco de ser ``muito cara para a reputaçao e a credibilidade internacionais da Rússia', afirmou o conselheiro de Clinton para a segurança nacional, Samuel Berger.

Há 15 dias em Oslo, Clinton já tinha dito ao primeiro-ministro russo Vladimir Putin que ``embora a Rússia tenha direito de proteger sua integridade territorial contra o terrorismo, o recurso indiscriminado à força contra rebeldes misturados com civis é, por sua vez, errado e contraproducente, e torna mais difícil a busca de uma soluçao', lembrou Berger.

Nos meios presidenciais dos EUA, se admite contudo que essas pressoes têm limite e que uma excessiva insistência pode também ser contraproducente.

Impulsionada por Putin, a ofensiva russa na Chechênia se converteu efetivamente em causa popular para a opiniao pública russa, traumatizada pelos recentes atentados de agosto e setembro. O primeiro-ministro russo, considerado agora como sucessor de Yeltsin, cujo mandato expira no próximo verao (boreal), tem pois interesse político em continuar a guerra.

Além disso, Clinton está em posiçao de ``solicitante' ante a Rússia no âmbito das armas estratégicas. Este assunto já foi tratado com Yeltsin durante seu último encontro na cúpula G8 de Colônia em junho passado e voltará a ser quinta-feira, em Istambul.

Os Estados Unidos pretendem revisar o tratado ABM sobre armas antibalísticas, para poder mobilizar um sistema limitado de defesa antimísseis. Em Colônia, Yeltsin concordou em conversar sobre isso, mas desde entao a Rússia tem mostrado claramente sua hostilidade em relaçao ao projeto. Clinton deve anunciar no próximo verao sua decisao de mobilizar o novo sistema.




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