Algumas pessoas possuem medo do escuro não exatamente por conta de algo ruim de um ambiente sem iluminação, mas, sim, devido às possibilidades do que pode existir nele e não podemos ver. Segundo o dicionário, a palavra escuridão remete a lugar com ausência de luz e, por conta disso, é bem difícil saber o que há ou está nesse local. Trata-se de complicação que envolve receio existente no instinto (impulso interno de cada espécie animal) do ser humano de se lidar com possíveis ameaças desconhecidas.

O horror dentro dessa situação é capaz de ocorrer em todas as idades. Ele se desenvolve frequentemente entre as crianças muito devido a imaginação supercriativa característica da faixa etária, com os pensamentos e ideias sendo capazes de construir diversos tipos de fatores a serem temidos, a exemplo de monstros e fantasmas inexistentes.

Esse tipo de problema é sério o bastante para influenciar no desenvolvimento do indivíduo ao longo da vida em questões como confiança, formação de personalidade e coragem para enfrentamento de riscos.

O fato pode ser complicado quando há exposição da pessoa de maneira irresponsável e traumática em determinados momentos quando o medo se mostra real. Eventualmente, sua evolução representa sintomas maiores e mais complexos, além de perda de controle.

Apesar dos perigos da complicação, é possível deixar de ter medo do escuro. Para ajudar o paciente diagnosticado, pessoas próximas do indivíduo podem reforçar a inexistência de riscos reais no universo da escuridão e fazer com que todos tenham essa percepção.

Sessões de filmes de terror fazem com que o cerébro coloque o espectador em falsa situação de ‘risco’ sobre o que está por vir. Essas produções brincam com a ansiedade de não se saber o que irá acontecer no instante seguinte de uma cena e com o fato de não haver controle sobre determinados momentos de tensão, assim como ocorre quando estamos no escuro. A imaginação torna real o que existe na fiçção. É importante saber que as luzes do esclarecimento fazem com que nada desconhecido dentro desse contexto seja ameaçador. 

Consultoria de André Correia, psicólogo clínico, de São Bernardo.