Mesmo com as chuvas constantes, não foram os produtos de hortifrúti os principais responsáveis pelo peso no bolso do consumidor da região nesta semana. Apesar de a cesta básica ter baixado 1,6% e custar R$ 352,51, R$ 5,75 a menos do que na semana anterior, os moradores do Grande ABC atualmente empenham até 40% mais do que no mesmo período de 2010 para custear os gastos no supermercado.

Segundo dados da pesquisa feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), na última semana de janeiro do ano passado o consumidor do Grande ABC conseguia encher o carrinho do supermercado com R$ 314, hoje é preciso R$ 38 a mais para garantir os mesmos itens. Entre os preços com as principais alterações, os destaques ficam com a carne, o frango e o leite. No entanto, outros produtos como açúcar, café e até laranja mostram que o mercado está pesando mais no orçamento.

"Todos os produtos que não faltam na mesa do trabalhador tiveram alta. O arroz é o único que está mais barato neste ano. Se compararmos os produtos que não faltam no carrinho, o leite e as carnes são os que pesaram mais nessa alteração", avalia o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto.

O engenheiro ressalta que na comparação com a semana passada, produtos como laranja, alface e carnes seguem em escalada de preços. "Sentimos que há muita pressão por conta da safra e do aumento da demanda neste período, mas, no caso da laranja, isso deve se regularizar em breve."

BAIXAS

Entre os itens que mais contribuíram para baixar o preço da cesta em 1,6% nesta semana estão produtos como tomate (-13,69%), banana (-13,21%) e batata (-10,11%), hortifrútis que ainda não sentiram o peso da chuva forte no início do ano, de acordo com Benedetto. "A batata e a banana estão em plena safra, mas, o tomate, é exceção. As regiões produtoras já não possuem boa oferta desses produtos, o que deve fazer com que seu preço suba em breve no supermercado também", orienta.

As donas de casa que preferem a feira para escolher os itens já sentiram a diferença nos valores e na qualidade do produto. "Ele está menor e mais verde. No entanto, o supermercado consegue segurar a oferta por conta de negociações com produtores", diz.

O feijão, que durante todo o ano de 2010 pressionou o valor final da cesta, voltou a ter o preço remarcado nesta semana, mas com queda de 3,72%. O custo médio do quilo é de R$ 2,32. "A expectativa é que esses itens sigam em queda, que o valor da cesta caia mais", conclui.