O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o Ministério da Fazenda ainda estuda se haverá ou não a prorrogação da redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca. Por sua vez, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo pretenda prorrogar a política de desonerações adotada para reverter os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. "Não há mudança nenhuma para o IPI", disse Mantega.

Bernardo afirmou, porém, que até o fim do mês, quando terminaria o prazo do benefício, haverá notícias sobre a prorrogação do benefício. O ministro do Planejamento, no entanto, recomendou que, quem tiver dinheiro, deve comprar agora.

"O presidente tem dito que quer que as donas de casa comprem máquina de lavar para não lavarem roupa na mão e comprem fogão para os maridos fazerem o almoço de domingo com fogão mais novo", disse o ministro.

Na terça-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, havia dito que continuaria lutando pela extensão do IPI menor para os produtos da linha branca - máquinas de lavar, fogões, geladeiras e tanquinhos. Segundo ele, o reaquecimento das vendas compensaria as alíquotas menores, apesar de o Ministério da Fazenda defender o fim dos incentivos por causa da recuperação da economia.

AUXÍLIO - As medidas de redução de impostos foram tomadas para estimular a economia diante da crise, que atingiu o Brasil no fim do ano passado. Além dos eletrodomésticos, o governo reduziu o IPI em outros setores como a construção civil e o automotivo.

No fim de junho, foi prorrogada por mais três meses a isenção IPI sobre os automóveis, com retorno gradual da taxação, depois desse prazo. Os caminhões ficam isentos do imposto até 31 de dezembro.

Os eletrodomésticos da chamada linha branca ficarão livres do IPI até 31 de outubro. Além disso, foi prorrogada a desoneração do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre as motos, até setembro.

No caso do material de construção, a prorrogação foi por seis meses. Também foi prorrogada a desoneração do PIS e da Cofins do trigo, da farinha e do pão francês por mais 18 meses. Para máquinas e equipamentos destinados à indústria, o governo anunciou a redução de IPI em 70 itens. O anúncio foi feito pelo próprio ministro Guido Mantega.

Minc afirma que reciclados terão isenção de imposto

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou ontem, no Rio, que o governo vai isentar os produtos reciclados do pagamento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Segundo o ministro, o anúncio será feito dia 29 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, durante feira de reciclagem. Na ocasião, será divulgada a nova política tributária para desonerar os produtos e favorecer a expansão da indústria da reciclagem.

A intenção do governo é estimular a cadeia produtiva destes produtos, submetidos ao pagamento de impostos quando foram originalmente produzidos. "A retirada do imposto sobre os produtos reciclados é uma coisa que há muito tempo eu converso com o ministro (da Fazenda, Guido) Mantega, e é fundamental. O meio ambiente e o clima vão avançar quando essas questões entrarem na economia real." (Da AE)