Política Titulo Indefinição
Edimar ganha salário da Câmara sem trabalhar

Ex-vereador tucano de Mauá espera definição; ele era
assessor desde janeiro, mas esteve na Casa só terça

Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
07/03/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


À espera por uma definição quanto ao futuro político, o ex-vereador de Mauá Edimar da Reciclagem (PSDB) ao menos não está desempregado. O tucano consta como funcionário da Câmara desde 3 de janeiro, segundo o Diário Oficial municipal. Mudou de posto no dia 3 deste mês e passou a ser chefe de Gabinete do colega e parlamentar Jotão (PSDB).

Entretanto, mesmo ganhando dos cofres públicos, o ex-parlamentar se considera "de férias" e ainda não confirma se trabalhará de fato para o correligionário. A equipe do Diário flagrou Edimar pela primeira vez no Legislativo na sessão de terça-feira, quando foi conversar com alguns colegas da Câmara.

A primeira portaria publicada coloca Edimar como assessor de Coordenação e Articulação Política, com subsídio de R$ 2.970,96 mensais. Nesse cargo, ele praticamente ganhou dois salários. Ontem, o Diário Oficial publicou a exoneração do tucano, mas em seguida o nomeou chefe de Gabinete, com vencimentos de R$ 3.441,68.

Embora oficialmente esteja alocado na Câmara, Edimar não frequenta a repartição. Em visita ao Legislativo na terça-feira, ele mesmo admitiu que ainda se encontra em período de descanso e não sabe se aceitará o convite de Jotão para trabalhar no gabinete. "Ainda não há nada definido (sobre meu futuro). Por enquanto estou avaliando. Então, me considero de férias. Vou discutir sobre meu futuro nos próximos dias", disse.

Apesar de uma campanha enfraquecida e fragmentada para prefeito, em 2012, sendo o quinto mais votado (com 7.350 sufrágios, correspondendo a 3,7% dos votos válidos), a candidatura de Edimar colaborou para a ascensão inédita de Jotão à Câmara, com 2.457 votos.

Até por essa razão, o vereador expressa desejo de contar com o ex-candidato ao Paço para trabalhar com ele, como forma de gratidão e amizade.

Procurados pela equipe do Diário, Edimar não foi localizado e Jotão não retornou aos contatos para comentar o caso.

 

Convites

Enquanto ganha do Legislativo, Edimar é alvo de articulações que podem levá-lo para as prefeituras de Diadema, administrada por Lauro Michels (PV), ou Rio Grande da Serra, comandada por Gabriel Maranhão (PSDB)

"Foram pessoas próximas a eles (Lauro e Maranhão) que vieram conversar comigo. Mas ainda quero manter isso em sigilo", discorreu, há dois dias.

A possibilidade de atuar fora de Mauá fez Edimar não pleitear uma das cadeiras da executiva municipal, em eleição que ocorre dia 17. Jotão se tornou candidato consensual à presidência do tucanato local, por meio de acordo com o atual mandatário, Márcio Canuto, que se manterá como um dos dirigentes da agremiação no certame mauaense.

A garantia do encaminhamento de Jotão à presidência do PSDB mauaense será fator determinante para a permanência de Edimar na agremiação, uma vez que ele está em atrito com Canuto desde a eleição municipal. O parlamentar afirmou que não vai desfiliar o colega.




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