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Demanda cresce acima da oferta, apontam estudos
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
01/04/2008 | 07:08
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Dois estudos divulgados ontem, um pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e outro pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), sinalizam que o Brasil pode ter problemas futuros para abastecer o mercado consumidor, já que a expansão do consumo tem sido muito mais rápida do que a da produção. Esse desajuste, se for contínuo, poderá alimentar a alta da inflação.

De acordo com a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV, o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da indústria ficou em 85,2% em março, não só maior do que os 84,7% de fevereiro, como o mais alto desde dezembro.

Considerando que as indústrias já estão investindo no aumento da capacidade produtiva, o número ainda não é alarmante. Mas na avaliação do coordenador de Análises Conjunturais do Ibre, Aloísio Campelo, a “luz amarela está acesa”.


“Nesse momento, não há problema algum. Mas se continuarmos nesse ritmo pode haver um descasamento entre a demanda e a oferta. As indústrias têm capacidade de investimento. Porém, não é certo que isso ocorra na velocidade necessária para acompanhar o consumo”, explicou.

“É um problema que, se ocorrer, pode elevar os níveis inflacionários. Então, é melhor começar a tomar medidas agora, com inflação em torno de 4%, do que esperar ela chegar a 8%, por exemplo, pois isso tornará qualquer ajuste mais difícil”, alertou.

CONJUNTURA


No seu Informe Conjuntural, publicado trimestralmente, a CNI aponta que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será de 5% em 2008, puxado pelo consumo que crescerá em torno de 7,5%, enquanto a indústria terá índice de expansão também em torno de 5%.


Segundo o relatório “esse padrão de crescimento baseado na expansão do consumo das famílias apresenta alguns problemas, já que o aumento do consumo supera o da produção interna, levando o País a importar mais para ampliar a oferta de produtos e atender a demanda crescente”.

Mas fora esse alerta, o Informe Conjuntural se mostrou positivo apontando que a produção industrial cresceu 8,5% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado e o faturamento real evoluiu 10,5%.


Para a CNI, as exportações neste ano deverão atingir US$ 190 bilhões ante projeção de US$ 175 bilhões e as importações chegarão a US$ 165 bilhões.




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