Política Titulo São Caetano
Sessão da Câmara expõe independência

Vereadores incluíram requerimentos indigestos a Pinheiro na próxima ordem do dia

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
27/02/2013 | 06:52
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A sessão da Câmara de São Caetano de ontem expôs efeitos da ausência de sólida bancada governista do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Na primeira vez no ano em que os vereadores apresentaram projetos e requerimentos, atuações independentes se destacaram e o governo ligou o sinal de alerta.

Dois requerimentos de informação indigestos ao Paço foram aprovados para a ordem do dia da semana que vem sem enfrentar barreiras. Os dois pedidos focam dados sobre a real dívida da cidade, que segundo o prefeito é de R$ 264,5 milhões. A dúvida parte da contestação do valor pelo ex-chefe do Executivo e hoje secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), que considera passivo de R$ 108 milhões.

Pinheiro tem tratado os vereadores como se todos estivessem em sua bancada de sustentação apenas com o discurso de que todos querem "o bem da cidade". Sem contar com aliados devidamente amarrados à administração, a Casa não se importou com a postura do governo e não evitou a apreciação dos requerimentos.

Em alerta, o articulador político do prefeito, Moacir Guirão (PMDB), passou a sessão inteira ao lado da tribuna monitorando as manifestações. Ao término dos trabalhos, o peemedebista seguiu ritual de visita de porta em porta nos gabinetes dos parlamentares.

Edson Parra (PHS) solicitou todos os valores de restos a pagar deixados entre as trocas de gestores desde a época do prefeito Raimundo da Cunha Leite (PMDB), que governo a cidade de 1977 a 1982. "Temos duas versões sobre a dívida, então, quero saber quanto foi passado de prefeito para prefeito e tirar a dúvida", disse o vereador.

Eder Xavier (PCdoB) foi mais sucinto e pediu à Prefeitura que apresente detalhamento do passivo municipal. O comunista afirmou que sua assessoria comprovou até agora cerca de R$ 118 milhões em supostos contratos irregulares da gestão passada. "A cidade quer saber quanto deve e para quem deve", discursou.

Para evitar questionamentos polêmicos desse teor no Legislativo, o governo já havia negociado com os parlamentares. Semana passada, Pinheiro convocou reunião com os 19 vereadores e abriu a lista das 327 empresas credoras e coloco a secretária da Fazenda, Merle Trassi, e a antecessora no posto, Sônia Aparecida Nogueira, à disposição para esclarecer dúvidas.

 

 




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