Neste fim de ano de muito calor, três das seis prainhas da Represa Billings estão impróprias para banho, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). As prainhas do Riacho, do Píer do Instituto de Engenharia e do Parque Municipal não devem ser usadas por banhistas devido à alta concentração de bactérias fecais na água e ao risco de contaminação.

O monitoramento semanal apontou que os demais pontos do reservatório (Clube Prainha Tahiti, Clube de Campo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e praias próximas ao Zoológico do Parque Municipal e da entrada da Dersa) estão adequados ao mergulho.

Por ser mais perto que o litoral paulista, a Prainha do Riacho, porém, é a preferida. O marceneiro Neziel Godói, 37 anos, explica que o espaço atrai pela proximidade de casa (fica a 20 minutos) e pelas opções de lazer. Quanto ao risco de contaminação, para Godói é um mal necessário. "A gente fica preocupado, mas acredito que se tivesse algum problema grave os órgãos competentes já teriam fechado a praia", diz ele, que levou a filha de 1 ano e 10 meses e as duas sobrinhas, de 8 e 14 anos.

Para a cozinheira Vanuza Mathias dos Santos, 39, o fato de não visualizar sujeira na represa torna o passeio menos preocupante. "A gente sabe que não está 100% limpa, mas o risco sempre existe em qualquer praia."

Conforme explica o gerente da divisão de águas subterrâneas da Cetesb, Nelson Menegon, as amostras indicam a quantidade de bactérias fecais resultantes de análises feitas em cinco semanas consecutivas. Bastam dois resultados com concentração elevada para que a praia se torne imprópria, o que é comum nesta época do ano. Isso porque além de aumentar o número de turistas nas praias, o que amplia o descarte de esgoto, o calor colabora para as fortes chuvas.

O mergulho em água contaminada pode causar gastroenterite, hepatite A, cólera e febre tifoide, além de sintomas como ânsia de vômito e dor de barriga.