Dois dias depois de o prefeiturável de Diadema pelo PV, Lauro Michels, reclamar publicamente da falta de participação da deputada estadual Regina Gonçalves (PV) em sua campanha, a parlamentar verde caminhou ao lado do candidato pelas vielas do Morro do Samba, no bairro Serraria, enalteceu a empreitada da legenda e não poupou críticas à administração do petista Mário Reali.

"O PV tem forma de fazer campanha. Sei o que estou fazendo e tenho minha agenda. Minha agenda programou que neste fim de semana estaria em campanha, até então fiquei nos bastidores. Temos dificuldades notórias, mas mesmo assim temos coragem de colocar proposta", afirmou Regina.

A deputada realçou o tom de críticas ao atual governo, seguindo linha adotada por Michels nas últimas semanas. "Não estou aqui para discutir o que os outros têm, mas o que vocês não têm", discursou sobre a comparação do volume de materiais de campanha do PV e de Reali. "Tem vaga em creche? A qualidade da UBS (Unidade Básica de Saúde) é boa? Se a gestão é ruim, por que não mudar?", indagou a parlamentar para munícipes.

A cacique verde justificou a ausência nas atividades de rua de Diadema pela coordenação de prefeituráveis de outras cidades pelo Estado e por plenárias de audiência pública do Orçamento estadual para o próximo ano. Ela prometeu que, a partir de agora, estará mais presente aos atos políticos do PV diademense. "Vou intensificar a agenda. Nada acontece por acaso."

Ao lado do candidato a vereador Cherrinhos (PP), que mora na comunidade, Michels também disparou contra a administração petista, principalmente na questão habitacional.

Durante a caminhada, o verde tentou capitalizar votos com a visível falta de infraestrutura do núcleo, principalmente nas casas localizadas próximas a um córrego no local. "Não dá para acreditar que a Prefeitura não oferece o básico ao cidadão. Não tem água e luz, o esgoto é a céu aberto. Um verdadeiro descaso", disparou o prefeiturável, que prometeu, de imediato, asfaltar o bairro e investir em saneamento.

COMPARAÇÕES - Além de criticar a gestão pública da administração petista, Michels reclamou bastante do volume de material de campanha da coligação de apoio a Reali.

Antes do início da atividade, o verde afirmou que o recurso utilizado para a produção dos materiais governistas veio do Mensalão. "Só aqui vejo 25 faixas, que custam R$ 25 cada. São mais de R$ 600 gastos, quase um salário-mínimo (hoje em R$ 622) que poderia auxiliar uma família carente. Temos visto o tanto de material de campanha. Imagina o quanto não é gasto? É dinheiro do Mensalão."