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Região apresenta melhorias na rede de atenção básica

Entregas e reformas de Unidades Básicas de Saúde estão entre os avanços obtidos

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
05/08/2012 | 07:00
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Apesar de o atendimento de urgência ter registrado poucas melhorias nos últimos quatro anos, o Grande ABC teve avanços na rede de atenção básica. Entre os principais investimentos estão as reformas dos postos de saúde e o aumento no número de profissionais que fazem visitas aos pacientes.

Em São Bernardo, 14 das 28 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) programadas foram revitalizadas e entregues pela Prefeitura. Sete estão reformando e serão entregues até o fim do ano. Entre reformas e aquisição de mobília, foram gastos R$ 26 milhões desde o início da atual gestão.

A ampliação do PSF (Programa Saúde da Família) saltou de menos de 20% para 73% da cobertura populacional. O projeto, idealizado pelo governo federal, tem como objetivo monitorar a saúde de moradores por meio de visitas domiciliares feitas por agentes de saúde e médicos. A estratégia implica na criação de equipes multiprofissionais nas unidades. Geralmente são formadas por clínicos gerais, dentistas, agentes comunitários e enfermeiros.

Antes com 19 equipes, as 32 UBSs da cidade contam hoje com 79 grupos. Até o fim do ano a meta é chegar a 100, com inclusão de ginecologistas e pediatras. "O ritmo de ampliação do PSF depende da entrega das próximas unidades. Temos recursos e projetos para continuar a expansão", disse o secretário de Saúde, Arthur Chioro. Hoje o Grande ABC tem cerca de 1,3 milhão de pessoas beneficiadas pelas ações do programa.

Juntas, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires entregaram ou revitalizaram 25 UBSs desde 2009. Santo André e Rio Grande da Serra não responderam às solicitações do Diário.

Em Mauá, apesar das deficiências da rede de urgência, a atenção primária ensaia recuperação. Em três anos, foram criadas 38 equipes que atendem atualmente 57 mil famílias em domicílio. Na rede básica, a Prefeitura anunciou investimento de R$ 7,7 milhões até o primeiro semestre.

Diadema é a única cidade da região que já alcançou a cobertura populacional de 100%. Atualmente as 20 UBSs da cidade têm equipes que oferecem monitoramento da saúde dos 395 mil moradores da cidade. Programas de prevenção a diabetes e hipertensão também foram intensificados ou implementados nos postos de saúde dos municípios.

Mesmo com as melhorias, pacientes de toda a região ainda fazem críticas ao sistema de Saúde. Entre as principais reclamações está a dificuldade para marcar consultas com especialistas. A espera em algumas áreas, como geriatria, ortopedia e neurologia, pode alcançar meses.


Cidades aguardam por referência hospitalar

É unanimidade entre os sete secretários de Saúde da região a necessidade da criação de referência hospitalar de urgência. Isso significa a integração das redes municipais às ofertas de vagas dos dois hospitais estaduais do Grande ABC: Mário Covas, em Santo André, e Serraria, em Diadema.

Sobra demanda para casos emergenciais em neurocirurgia e traumaortopedia. Vítimas graves de acidentes de trânsito, por exemplo, são acolhidas e estabilizadas pelas redes municipais, mas entram na fila de espera por vagas nos dois hospitais estaduais para realização de cirurgias de alta complexidade.

A expectativa é de que o problema comece a diminuir em até um ano, quando o Hospital Mário Covas pretende concluir a transformação de seu perfil assistencial e tornar-se referência para toda região em casos de trauma. Para isso, há reformas e liberações de recursos em andamento pelo Estado. "Com o Hospital de Clínicas funcionando (previsto para ser entregue em novembro, em São Bernardo) e a mudança do perfil do Mário Covas, temos as primeiras perspectivas de melhora", comentou o coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro.

A segunda ambição é pactuar com o Estado as demandas represadas na atenção ambulatorial. Atualmente 90 mil consultas e 95 mil exames estão na fila de espera nos sete municípios. "A discussão não andou. A implantação dos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades, do Estado) não responde à totalidade que precisamos." O assunto será retomado com o governo estadual após as eleições.




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