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Auricchio destaca evolução e inovação de Alckmin e diz ser soldado na eleição
Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
19/01/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O secretário estadual de Esportes, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), está pronto para assumir qualquer função na campanha de reeleição do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). O petebista, que em 2010 foi um dos principais articuladores da campanha tucana no Grande ABC, rebate o discurso da oposição, de que há fadiga de 20 anos do PSDB em São Paulo. “Existe dose de evolução com inovação”, diz Auricchio, que ainda não definiu sobre possível candidatura a deputado estadual ou federal. Único ex-prefeito da região no primeiro escalão do Palácio dos Bandeirantes, o petebista mensura o tamanho de sua responsabilidade. “O Grande ABC sempre teve peso preponderante no processo eleitoral e neste ano não será diferente”, frisa Auricchio, que completou um ano no comando da secretaria no dia 14 e fez balanço em entrevista exclusiva ao Diário. As principais conquistas foram a alavancagem do esporte comunitário, com as academias ao ar livre, e o Cartão Terceira Idade – bolsa de R$ 57 para idosos praticarem exercícios na rede de academias credenciadas pelo governo. O programa virá para a região neste ano. O planejamento para a Copa também exige muita atenção do secretário, que está confiante. E a Olimpíada está na alça de mira do petebista, apesar de ser no Rio. “Estamos tendo procura grande dos países participantes para aclimatação.”

DIÁRIO – Como foi o trabalho na secretaria no último ano?

JOSÉ AURICCHIO JÚNIOR – O cronograma desse biênio 2013/2014 é voltado para a Copa. Não adianta querer fugir desse evento maior. Assim como eu acredito que, acabando a Copa, o próximo biênio será voltado para a Olimpíada. Apesar de ser no Rio de Janeiro, o nosso preparo e o enfoque estarão voltados para isso. Naturalmente que, paralelo a isso, ocorreu o funcionamento da secretaria. São Paulo tem missão muito especial porque é o grande fomentador do esporte olímpico brasileiro. Não desrespeitando as outras unidades da Federação, mas o nosso Estado é celeiro olímpico e paraolímpico. Isso não pode parar e tem processo de continuidade. Os secretários que me antecederam tiveram a visão nesse sentido.

DIÁRIO – E qual marca o sr. já deixou?

AURICCHIO – O que estou tentando trazer para a Secretaria de Esporte, uma visão um pouco mais minha e que o governador abraçou, é o esporte comunitário. Essa questão da comunidade ficou secundária. Você pensa muito em investir no Centro Olímpico, Centro de Excelência, bolsa atleta. O esporte comunitário precisava ter alavancagem. Acho que a gente está conseguindo dar esse salto. Há ferramentas que estão indo para rua de maneira mais efetiva. Tem demanda grande com algo que está se tornando marca no Estado: as academias ao ar livre. Conseguimos programar a entrega de 450 academias para 350 municípios. A média de uma academia é R$ 22 mil, ou seja, investimento de cerca de R$ 11 milhões. O Estado finalizou o processo licitatório e vamos começar a fase de entrega. Em pequenas e médias cidades, as academias são atrativo de lazer. E é processo natural que seja para cidades grandes. O empreendimento não é só para a terceira idade. Todo mundo vai, inclusive nossas academias estão equipadas para deficiente físico. Você tem ferramenta importante no combate ao sedentarismo. A gente conseguiu mudar o esquema de entrega. Agora é competência do Estado. Antes era feito convênio e a Prefeitura licitava, o tempo de espera era enorme. Modificamos para dar mais agilidade e melhorar o preço. O custo antes era em torno de R$ 30 mil.

DIÁRIO – Assim como sua administração em São Caetano, a terceira idade também tem sido alvo na sua gestão no Estado?

AURICCHIO – O governador tinha meta de trazer a atividade física para os idosos e estimular isso de maneira pró-ativa. Assim nasceu o Cartão Terceira Idade. É uma bolsa de R$ 57 e o idoso do Estado vai poder usar em academias e clubes credenciados previamente pela secretaria. Para nossa felicidade, muitas academias estão nos procurando para entrar. Vou trazer piloto desse programa para o Grande ABC. Estou finalizando a fase que englobou Capital, Santos e Sorocaba (no Interior).

DIÁRIO – Quantos idosos o programa já atende?

AURICCHIO – Estamos com 3.000 credenciados nesse primeiro estágio. Vamos expandir para o Estado todo. Em Santos está muito bom o resultado.

DIÁRIO – A atenção para o esporte comunitário tem ligação com o fato de o sr. ser médico, estimular a prevenção de doenças?

AURICCHIO – A gente tem de otimizar. Em São Caetano, tivemos o exemplo mais claro. Não adianta ter só o esporte de alto rendimento. O Estado de São Paulo possui rendimento enorme, pois temos vários centros de excelência espalhados pelo território e estamos fazendo o Centro Paraolímpico, que será no Espaço Imigrantes. Mas, por outro lado, você não tem a comunidade participando. É preciso trazer esse paradigma de quebrar o sedentarismo. Isso é fundamental. Precisamos dar essa oportunidade para o cidadão.

DIÁRIO – A atenção para a comunidade também colabora com a Segurança, porque tira crianças vulneráveis ao tráfico de drogas, por exemplo...

AURICCHIO – Estamos estimulando o programa Esporte Social. Você repassa entre R$ 45 mil e R$ 50 mil para entidades do terceiro setor ou para a Prefeitura. Em troca, eles devem oferecer três modalidades esportivas no contraturno escolar. O foco é em crianças com alto índice de vulnerabilidade.

DIÁRIO – O sr. destacou a atuação da secretaria em cidades pequenas. Qual a importância dessa medida?

AURICCHIO – O governador tem o desejo de capilarizar para os 645 municípios. O exemplo claro é a Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. Fizemos reestruturação completa desse programa, que é importantíssimo. É o maior programa de incentivo fiscal nas redes estaduais. Remodelamos a lei, inclusive, com decreto do governador no sentido de permitir os programas esportivos nos municípios com mais vulnerabilidade, sobretudo os esportes coletivos, através das entidades do terceiro setor. O esporte para o deficiente físico também.

DIÁRIO – Passado um ano da sua posse, o sr. avalia que teve bom desempenho ou faltou algo a ser concretizado?

AURICCHIO – O desafio fica nessa questão do esporte comunitário. Acho que estamos alcançando com as ferramentas que descrevi. Em linhas gerais, o objetivo é fazer uma Copa benfeita e que tenha um legado importante para o Estado. Estamos atingindo isso com rigor no dinheiro público, determinação do governador.

DIÁRIO – O sr. é o único ex-prefeito no primeiro escalão do governo. Qual vai ser sua participação na eleição e o que está prevendo na ajuda ao governador?

AURICCHIO – Sou um soldado. Vou trabalhar pelo projeto do governador porque é o que realmente identifica o Estado de São Paulo. É visível a mudança que ele trouxe para o Estado. A gente quer que isso permaneça e se inove. O Alckmin tem essa capacidade de inovação. A maneira como me escalar, estarei à disposição. O fato de ser o único ex-prefeito me honra muito e me traz responsabilidade. E também a responsabilidade da representatividade. O Grande ABC sempre teve um peso preponderante no processo eleitoral e neste ano não será diferente. Estar engajado no projeto do Alckmin é motivo de orgulho e responsabilidade. Junto com mais quadros e lideranças ligadas ao governador, estaremos no fronte.

DIÁRIO – Em 2010, o sr. teve papel importante na campanha estadual tucana, como um dos líderes na região. A tendência para este ano também é essa?

AURICCHIO – Na última eleição fomos para a rua pedir voto. A tendência é esquentar mais a temperatura e agora tenho a missão de mostrar o que é o governo, principalmente porque sou um integrante da administração. Precisamos mostrar o avanço que São Paulo teve nos últimos anos nesse processo de condução do Estado. Vou andar no Grande ABC mostrando isso.

DIÁRIO – A candidatura a deputado estadual ou federal não está definida?

AURICCHIO – Isso será mais para próximo da campanha. Antecipadamente, quero trabalhar como soldado voluntário. Acho que precisa se definir a forma como vai ser a campanha do governador para se colocar à disposição.

DIÁRIO – A oposição diz que não tem mais o que avançar no Estado, que a gestão é ultrapassada. Qual sua avaliação sobre esse discurso?

AURICCHIO – Evolução é processo contínuo. Acredito que existe dose de evolução com inovação. O governador é inovador. Basta você ver os programas na Educação, a velocidade que se deu ao transporte sobre trilho. Nenhuma outra unidade da Federação teve esse alcance. Falar que há fadiga? Não vejo. Sinto que não há intolerância na população. Há desafios e espaços a serem preenchidos. Tem pontos para avançar em todas as secretarias, ainda que tenha problemas metropolitanos como questão da Segurança e das enchentes. É um governo que evolui e inova.

DIÁRIO – Qual resultado da reunião para definir quais as atribuições do Estado e da prefeitura de São Paulo durante a Copa? O que será responsabilidade do Estado?

AURICCHIO – Toda parte de recepção, hospitalidade, transporte, arquibancada temporária, estrutura de atendimento para a imprensa ficou sob nossa responsabilidade.

DIÁRIO – E essas questões estão bem encaminhadas?

AURICCHIO – Sim. Estamos totalmente dentro do cronograma. Mesmo a questão do Estádio do Itaquerão (queda do guindaste sobre a cobertura) está vencida. Como tinha margem boa de prazo, o retardo de 90 dias não atrapalhou em nada. Estamos trabalhando com a data de 15 de abril para o primeiro evento teste da Fifa.

DIÁRIO – O Grande ABC não conseguiu abrigar nenhuma seleção, mas São Paulo foi destaque entre os outros Estados. A que se deve esse resultado?

AURICCHIO – São 12 seleções já confirmadas e existe a possibilidade de mais duas ficarem aqui. O Grande ABC ainda pode aproveitar a oportunidade da Copa. As cidades que não foram selecionadas podem fazer eventos públicos, com aval da Fifa.

DIÁRIO – O maior desafio será o deslocamento das seleções e dos torcedores?

AURICCHIO – Os deslocamentos aeroportuários serão desafio. Em São Paulo, o transporte para os eventos no Itaquerão está garantido. O governo do Estado aprimorou o sistema de trem e Metrô para aquela região duplicando a capacidade exigida pela Fifa. A entidade pede o transporte de 50 mil usuários por hora. O Estado está trabalhando entre Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) cerca de 100 mil passageiros por hora. Se você imaginar que terá 65 mil pessoas no estádio, o local esvaziará em menos de uma hora.

DIÁRIO – As inscrições para os voluntários que desejam trabalhar na Copa já começaram. Como as pessoas podem se candidatar?

AURICCHIO – São 1.500 voluntários por cidade sede e não precisa necessariamente morar no local. É uma questão muito legal. A experiência da Fifa em edições anteriores mostra que todas as pessoas que se integraram tiveram convite para trabalhar numa entidade ou patrocinador ligado à Fifa. As inscrições vão até 6 de março. O site é http://www.brasilvoluntario.gov.br. Os voluntários terão treinamento especial para trabalhar com torcedores, imprensa, aeroportos e área de grande fluxo.

DIÁRIO – Apesar de o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada de 2016, São Paulo estará envolvido diretamente ao evento. Como estão os preparativos?

AURICCHIO – O futebol vai ser aqui. O número de praças permite que a gente abrigue a modalidade. Tirando a parte de convênios e preparação de atletas, estamos tendo procura grande dos países participantes para aclimatação. É uma demanda séria. Imagina aclimatar (treinamento e ambientação das equipes antes dos jogos) a delegação da China, que é gigante? Existe muita coisa para fazer. Há carências que favorecem São Paulo como destino de grande procura.

DIÁRIO – Quais gargalos precisam ser superados até lá?

AURICCHIO – São Paulo tem seis pistas de atletismo, mas existem Estados que não têm. A questão de adaptação e aclimatação será complicada e o nosso Estado será pedra fundamental nesse processo. Belo Horizonte tem duas pistas, por exemplo. Como abrigar 40 delegações? Vamos sentir isso na pele quando acabar a Copa.




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