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Automóveis: O que vem por aí em 2014

Confira os prognóstico dos especialistas em mercado automotivo para este ano

Vagner Aquino
vagneraquino@dgabc.com.br
Do Diário do Grande ABC
01/01/2014 | 07:00
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André Henriques


Depois de uma temporada de recordes de produção, a pergunta que não quer calar neste começo de ano é: ‘Como será o mercado de veículos e comerciais leves em 2014?’

Em busca da resposta, fomos atrás dos especialistas. Porém, todos foram enfáticos em afirmar que este ano não terá números ‘bombásticos’. Pelo contrário. Afinal, eventos como Copa do Mundo e Eleições podem atrapalhar o cenário de crescimento. “Em 2014 teremos sete dias úteis a menos, e esse é um fator que preocupa na comparação 2013/2014”, esclarece o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Flavio Meneghetti.

De acordo com o executivo – que divulgará o balanço geral das vendas de 2013 em coletiva de imprensa sexta-feira –, a série de movimentos (manifestações) tumultuaram o varejo ano passado, diminuindo as vendas. Com base em números da entidade, entre janeiro e novembro haviam sido vendidas 3,24 milhões de unidades, aproximadamente 50 mil a menos que no mesmo período de 2012, ano que o Brasil fechou com total de 3,63 milhões de veículos emplacados.

Colocando na ponta do lápis, seria necessário vender quase 400 mil unidades em dezembro para bater o ano de 2012. Situação difícil, pois, mesmo sob o fantasma da alta nos preços com o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o que acaba levando o consumidor até as revendas no fim do ano, dezembro é um mês relativamente menor, com menos dias úteis em virtude dos feriados de Natal e Réveillon.

O aumento da alíquota do IPI será gradativa e chegará a até 13% (em julho) para carros nacionais a gasolina com motorização inferior a 2,0 litros. A partir de hoje, os populares passam a ser taxados em 3%.

Outro ponto abordado pelos especialistas foi a construção de novas fábricas no País, mérito do novo regime automotivo (Inovar-Auto), colocado em prática pelo governo no ano passado. Seja marca de nicho ou modelos que briguem no segmento dos populares, todo mundo quer uma fatia deste ‘bolo’, porém, mesmo assim, o diretor da consultoria Carcon Automotive, Julian Sample, não prevê nenhuma surpresa que possa mudar drasticamente a situação em 2014.

“Fiat, BMW, Chery, todo mundo está vindo com sede, mas ninguém há de crescer muito agora. As mudanças só devem acontecer a longo prazo”, enfatiza.

O mesmo pode-se dizer em relação às marcas. Especialista no mercado de veículos e diretor da agência Auto Informe, Joel Leite acredita que a Ford deverá manter a quarta posição. Nada de Hyundai ou Renault ultrapassar a norte-americana. “O New Fiesta está indo muito bem, e isso deve se sustentar nos próximos meses.”

Da mesma opinião partilha Sample. que ainda salienta a chegada do novo Ka, “um lançamento importante da marca neste ano.”

Já as lideranças da Fiat e do Volkswagen Gol (carro mais vendido do País por mais de 26 anos) dividem opiniões.

Para Leite, tudo deve permanecer igual, pois a tradição fala mais alto. “A Fiat não lançou nenhuma novidade em 2013 e se manteve no topo, isso deve se repetir em 2014.” Sample, porém, acha difícil. “Mesmo que o Palio substitua o Mille (que sai de linha devido a obrigatoriedade de instalação de air bag e ABS), as vendas devem cair, comprometendo o percentual da marca. E o mesmo vale para o Gol, com a saída do G4.”

MARCAS
Estudos feitos pela organização Provar/FIA – que realiza pesquisas trimestrais em São Paulo – apontam que até março 7,2% da população pretende fazer gastos com automóvel. “Desde que fazemos as intenções de compras, o menor índice foi de 0,5% e o maior chegou a 17,9%”, afirma Nuno Fouto, coordenador de pesquisas da instituição.

Para ele, 2014 não é um ano para se esperar muito crescimento em vendas. “A restrição de crédito pode afetar as vendas. E mais, a sensibilidade de preço pode promover transferência de market share.”

SALÃO DE SP
E o Salão do Automóvel de São Paulo. O que esperar? A resposta: “Apesar de ter Peugeot 2008, Toyota Corolla e outros modelos que prometem, acredito que não seja tão grandioso quanto em 2012”, diz Sample.

Por outro lado,Valdener Papa, professor de gestão de concessionária da ESPM, é mais otimista e acredita na tendência do cada vez melhor, devido às novidades que Fiat e VW devem trazer ao evento, afinal, tudo é válido quando se compete num mercado com 49 marcas e quase quatro milhões de vendas anuais. Resta aguardar...
 




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