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Israel e terrorismo causam o primeiro incidente diplomático do papa
Da AFP
26/07/2005 | 14:14
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O papa Bento XVI provocou a ira do governo israelense por não ter mencionado Israel entre os países vítimas do terrorismo durante seu último Ângelus (oração universal de bênção cristã). Este é o primeiro incidente diplomático do pontificado de Bento XVI. Após a convocação do núncio apostólico em Jerusalém no Ministério das Relações Exteriores israelense, nesta segunda-feira, o Vaticano reagiu, por sua vez, acusando Israel de usar um pretexto para deformar as intenções do papa.

Esta discrepância entre Israel e a Santa Sé acontece menos de três semanas depois de um convite transmitido a Bento XVI pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, no momento em que Israel acaba de confirmar o compromisso do novo Papa, de prosseguir seus esforços de aproximação de João Paulo II com o judaísmo.

Durante seu último Ângelus, o papa condenou 'os atentados terroristas execráveis' que golpearam vários países, entre eles Egito, Turquia, Iraque e Grã-Bretanha, mas não citou Israel, alvo freqüente de atentados suicidas. O último provocou a morte de cinco israelenses no dia 12 de julho em Netanya.

Em fevereiro de 2000, Israel teve a mesma reação diplomática quando a Santa Sé e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) assinaram um acordo que pedia principalmente um estatuto especial para Jerusalém.

O Vaticano expressou nesta segunda-feira sua surpresa ante a mesma reação, que considerou desproporcionada. "É evidente que o grave atentado de Netanya, ao que se refere a parte israelense, entra na condenação geral e sem reservas do terrorismo", acrescentou o porta-voz em um comunicado.

Este incidente evidencia a complexidade das relações entre Israel e a Santa Sé, além das declarações de amizade. A diplomacia vaticana quer seguir ativa no Oriente Médio em nome da defesa dos locais santos do cristianismo e do futuro das comunidades cristãs que vivem na região.




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