Cultura & Lazer Titulo
Um elenco acertado
Gabriela Germano
Da TV Press
16/05/2007 | 07:03
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O maior acerto de Paraíso Tropical foi a escolha de alguns nomes do elenco. E o ponto positivo aqui não vai para atores principais da trama, como Fábio Assunção e Alessandra Negrini. É indiscutível que figuras como Tony Ramos e Camila Pitanga contrariaram as expectativas e defendem seus vilões com a mesma competência que sempre incorporaram os bonzinhos. Mas muitos dos melhores momentos de cada capítulo ocorrem quando grandes atores como Othon Bastos, Reginaldo Faria e Yoná Magalhães – só para citar alguns – aparecem.

Nem sempre esses atores ganham papéis relevantes na televisão. Costumam ser mais bem aproveitados no cinema ou no teatro. Gilberto Braga também não os colocou na mira dos holofotes, mas cada um deles consegue chamar a atenção com seu talento para o drama ou simplesmente pela empatia. Othon Bastos, que interpreta o sofrido Isidoro, defende brilhantemente qualquer diálogo e garante a emoção das cenas. Um exemplo foi o seu reencontro com Paula.

Reginaldo Faria, o jornalista aposentado Clemente, tem a mesma competência tanto ao lado da veterana Débora Duarte, sua esposa na ficção, quanto do novato Gustavo Leão, seu neto na história. Yoná Magalhães incorporou a sessentona simpática e é um prazer ver sua naturalidade ao lado do boa-vida Belisário, de Hugo Carvana. Eles são uma arma poderosa que o autor tem nas mãos para reencaminhar suas idéias, já que Paraíso Tropical busca o rumo depois que o público ficou desgostoso com as cenas picantes do início da novela.

Do lado mais jovem do elenco, também há destaques. Roberta Rodrigues, atendente do restaurante Frigideira Carioca e Evaldo, ourives e namorado da moça na história, estão extremamente convincentes ao encarnar seus personagens. Mostram que podem segurar uma carga maior de texto e de responsabilidade como atores. Com mais destaque e considerado uma das apostas do autor da novela, Gustavo Leão é outro que não decepciona no primeiro grande teste de sua carreira. Filho dos personagens de Glória Pires e Marcelo Antony no folhetim, não se intimidou ao ganhar um papel no horário nobre da Globo depois de uma única experiência em Floribella, da Band. Na cena em que reencontrou o pai, conseguiu encontrar o tom certo. Mostrou que, para transmitir emoção, não é preciso derramar lágrimas.

São ótimos atores, em ótimas atuações, para uma novela que mantém uma marca meramente razoável para o horário: média de 38 pontos de audiência. Se as gêmeas ainda não conseguiram agradar e o casal de protagonistas não simpatizou, uma espiada mais atenta nos núcleos e personagens secundários pode cativar e além de tudo compensar as situações que Gilberto Braga cria para chegar a seus objetivos finais. São atores dignos de atenção e fazem o folhetim merecer uma segunda chance.



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