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Dom Cláudio mata saudade dos fiéis
Leda Rosa
Do Diário do Grande ABC
10/05/2007 | 07:05
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O prefeito da Congregação para o Clero, Dom Cláudio Hummes, mostrou porque é um dos sacerdotes mais queridos do Grande ABC e dos brasileiros em geral. Às 20h, na praça em frente ao Mosteiro de São Bento, nem o frio de 10ºC o intimidava.

Tranqüilo, o ex-arcebispo de São Paulo percorria o corredor exclusivo das autoridades em direção ao carro, mas sempre que era chamado pelos fiéis parava e cumprimentava, sem pressa. A todos dizia que o papa estava muito satisfeito. “No avião ficou claro que ele está muito feliz de vir para o Brasil.” A felicidade se estendia a ele mesmo. Em cada parada, confessava às pessoas que estava morrendo de saudade dos brasileiros. E distribuía bênçãos e mais apertos de mãos.

Integrante da comitiva que se deslocou de Roma junto com Bento XVI, D. Cláudio disse que o papa está com ótima disposição. “Ele demonstrou muita energia na viagem e vontade de conhecer melhor o País”, contou, antes de explicar para uma fiel, que insistia para que o papa reaparecesse na varanda do mosteiro, que não iria entrar de novo no prédio.

Entre os temas prioritários da viagem de Bento XVI, D. Cláudio Hummes frisou que a evangelização como a grande preocupação do papa. “Levar a palavra de Cristo para um número cada vez maior de fiéis é um dos pontos mais importantes deste período que o Santo Padre estará entre nós. Hoje a presença da Igreja se faz cada vez mais necessária, cada vez mais é preciso que o povo de Deus saiba para onde caminhar, como agir na adversidade, como vivenciar a cristandade em sua rotina de vida. Especialmente os mais pobres, desafio que continua a exigir a dedicação e a reflexão de todos os católicos.”

Coro - Antes de sair da praça, D. Claudio cumprimentou novos grupos de católicos, que estavam em frente ao balcão de onde o papa se pronunciou no mosteiro. A voz potente do soldador João Duarte Alves, 52 anos, gritava “Bento XVI, aparece na janela outra vez”, puxando coro de dezenas de pessoas, que insistiam em permanecer na praça à espera de uma nova aparição do papa. “Perdi o dia de trabalho, mas valeu a pena”, disse Alves para dom Cláudio, que prestava atenção com um sorriso.

Desesperado, um dos seguranças tentava convencê-lo a deixar a multidão e entrar no carro. Segundo a PM, às 20h, aproximadamente 2 mil pessoas ainda estava na praça. Cada vez que era acesa a luz da varanda de onde o papa se pronunciou, a multidão aplaudia e gritava. “Tenho tantas saudades de todos vocês”, disse Dom Cláudio. Despediu-se e antes de entrar no carro, acenou a todos. Saiu aplaudido. “Dom Cláudio é do povo. Tomara que no futuro ele seja o papa”, disse Maria dos Anjos, beata da paróquia da Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da Capital, olhando o carro do cardeal se afastar. Nesse instante, ela enrolou o terço nas mãos geladas.




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