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Camerata do Choro faz show emocionado em Santo André
Por Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
17/08/2003 | 18:14
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A Camerata do Choro de Santo André realizou neste domingo à tarde, no Parque Prefeito Celso Daniel, sua primeira apresentação após a estréia, em 30 de julho, no Teatro Municipal da cidade. “Não vamos fazer como no teatro, onde havia uma lista de nomes para os agradecimentos, porque acabamos esquecendo de muitos amigos”, disse Valdemar, o porta-voz do grupo, logo no início do show. Isso porque a platéia era formada em grande parte por conhecidos e por familiares dos 21 integrantes – além dos parentes de Alaor Araújo, pandeirista do Camerata morto recentemente, a quem foi prestada uma homenagem.

“No último show, lamentamos a morte de Noite Ilustrada. Na época, um de nossos companheiros estava hospitalizado. Ele faleceu. Saudades e choro”, afirmou Valdemar que, em seguida, apresentou a canção Lamento, de Pixinguinha. No palco, uma cadeira apoiava a roupa, o chapéu e o pandeiro do músico.

O show da Camerata foi bastante intimista, graças também à descontração de Valdemar, que conversou com o público entre uma música e outra. Após a interpretação de Odeon, de Ernesto Nazareth, o pandeirista comentou uma falha no retorno. “Como está o som para vocês?”, disse, dirigindo-se ao público. “Fazemos música para vocês, não para a gente”.

O violonista de sete cordas Joca liderou a Camerata em canções como Carioquinha, Chorando Calado e Minhas Mãos, Meu Cavaquinho, de Waldir Azevedo, Noites Cariocas e Mágoas, de Jacob do Bandolim, e Jongo, de João Pernambuco (com solos dos violonistas Marcelinho e Edson). No começo da apresentação o frio espantou as pessoas, mas vários freqüentadores do parque se juntaram à platéia durante o andamento do show. “Obrigado por vocês terem saído do aconchego do lar, o quentinho de casa, para prestigiar a gente”, afirmou Valdemar.

O pandeirista também falou sobre o poder que a música tem de unir pessoas de diversas idades e profissões. Como exemplo, citou a própria Camerata: “Temos entre os integrantes variadas profissões: dentista, engenheiro, músicos, tapeceiro, mecânico, arquiteto, empresário e um monte de aposentados, como eu mesmo”. Ele também citou a diferença de idade entre Tiago, 15 anos, que toca cavaquinho, e Renê, 74, também pandeirista. “Se fosse uma partida de futebol, nunca teríamos um elenco desses”, disse.

A próxima apresentação do Camerata está marcada para 27 de setembro, às 11h, no Sesi Santo André, pelo projeto Ação Global.




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