Internacional Titulo
Timor Leste vota com a esperança de acabar com a crise
Por Da AFP
09/04/2007 | 08:17
Compartilhar notícia


Os eleitores do Timor Leste compareceram às urnas nesta segunda-feira para escolher um novo presidente para o país afetado pela pobreza e a violência. Apesar do clima de preocupação e do temor de atos violentos, não foram registrados incidentes durante o dia.

O problema foi a escassez de cédulas por causa da forte participação, o que provocou uma situação de emergência, já que muitos eleitores não conseguiram votar, segundo a comissão eleitoral. "Há uma situação de emergência em todos os distritos por causa das longas filas que ainda existiam quando acabaram as cédulas de votação", afirmou Martinho Gusmão, porta-voz da comissão eleitoral nacional.

A STAE (Administração Técnica para a Secretaria Eleitoral), que ajuda na gestão do processo de votação, explicou que respondeu às necessidade de cédulas adicionais em alguns locais, com a ajuda da missão da ONU (Organização das Nações Unidas). Dois helicópteros da ONU e um terceiro da força de manutenção da paz realizaram quatro intervenções rápidas para solucionar problemas de falta de cédulas, informa um comunicado da STAE. "Devido a um dia eleitoral pacífico e de êxito, observamos um índice de participação elevado", acrescenta o texto.

A eleição, a primeira desde a independência em 2002, decidirá o sucessor do carismático presidente Xanana Gusmão, que não concorreu a um novo mandato.

Um total de 232 observadores estrangeiros supervisionam o processo. Além disso, 1.645 policiais das Nações Unidas, originários de 41 países, foram mobilizados para reforçar a segurança e auxiliar três mil policiais locais.

O primeiro-ministro José Ramos Horta, o mais conhecido dos oito candidatos, votou pela manhã. "A população sairá vencedora. Independente dos resultados, eu considero que a democracia vencerá se todo mundo respeitar os resultados", afirmou o Prêmio Nobel da Paz, que foi a "voz" de Timor Leste durante o período em que o país foi ocupado pela Indonésia (1975-1999).

Além de Ramos Horta, são candidatos Fernando Lasama, do Partido Democrata, e Francisco Guterres (conhecido como Lu Olo), da Fretilin (Frente Revolucionário de Timor Leste Independente), um partido marxista que simbolizou a luta pela independência. Este último votou cercado por simpatizantes e disse acreditar na vitória. "Sim. Tenho confiança desde o princípio", afirmou. A Fretilin é um partido histórico com uma forte base em Timor Leste, mas o prestígio de seus dirigentes se deteriorou desde que assumiram o poder em 2001.

Muitos candidatos acusaram a Fretilin de realizar manobras antidemocráticas, incluindo a intimidação dos moradores. "É uma prática generalizada por parte de militantes do lado da Fretilin em certas regiões do país, por parte de dirigentes nomeados pelo governo, como os secretários de Estado ou as autoridades distritais", denunciou Ramos Horta esta segunda-feira.

O país, com um milhão de habitantes, terá que esperar vários dias pela apuração total, já que algumas urnas das zonas mais afastadas são transportadas a cavalo ou de helicóptero. Se nenhum candidato conseguir 50% dos votos, o segundo turno será realizado no dia 9 de maio entre os dois mais votados.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;