Fazia 15 anos que Jane Fonda não ilustrava uma tela de cinema, desde Stanley e Iris (1990), em que tinha Robert De Niro como par romântico. Aos 67 anos, a Barbarella voltou, e seu retorno é ao lado de uma atriz que, de um jeito ou de outro, está na lista de candidatas a bombshell que um dia La Fonda ocupou. Jennifer Lopez é sua nova parceira na comédia A Sogra, que estréia nesta sexta-feira no país. Parceira não é bem o termo, porque as personagens das duas se amam tanto quanto gato e rato no novo filme de Robert Luketic (do primeiro Legalmente Loira).

Pudera: Jane Fonda é Viola, mãe de Kevin (Michael Vartan) e futura sogra de Charlotte (Jennifer). A Sogra, o filme, joga no time que acredita que a mãe postiça, a progenitora do ser amado é uma mistura de Conde Drácula com Freddy Krueger, do tipo odioso que superlota as anedotas de um Ari Toledo, por exemplo. Em suma, um monstro (como indica o título original).

Viola recentemente perdeu a vaga de âncora de telejornal e teme que seu filho tome a mesma direção de seu emprego. Charlotte representa então uma adversária a ser batida, tão perigosa do ponto de vista da sogra que esta conta até com uma ajudante (Wanda Sykes) para "derrotar" a nora.

A Sogra evoca dois padrões de comportamento para tentar fazer suas engrenagens funcionarem: primeiro, o da alma gêmea, do príncipe encantado, pois Charlotte pastou muito até encontrar o que os norte-americanos (ou melhor, as norte-americanas) chamam de Mr. Right, o cara certo; segundo, o da relação entre Viola e Kevin, edipiana como podia se esperar.

Portanto, a comédia que Luketic quer propor não é exatamente a do choque entre uma sogra e uma nora pelo homem de suas vidas. É, na verdade, um encontrão entre esses dois padrões de comportamento, esses dois clichês que falam mais ao público que mil tentativas de complexidade narrativa. Mas Luketic não vai muito além disso e repete a sina já demonstrada em Legalmente Loira, com um filme simpático. E olhe lá!