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Eleição sem novidade em Mauá
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
12/12/2006 | 00:15
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Em uma eleição apenas para cumprir tabela, com o cenário já definido, o vereador Alberto Betão Pereira Justino (PSB) será eleito nesta terça-feira presidente da Câmara de Mauá para o próximo biênio (2007/2008).

O socialista assume em um momento de aparente tranqüilidade política entre Legislativo e Executivo, bem diferente da guerra travada entre o prefeito Leonel Damo (PV) e a Câmara durante quase todo o ano.

Até o final de outubro, a oposição era maioria no Legislativo, com nove dos 17 parlamentares. O bloco de situação tinha apenas oito. Mas esse cenário começou a mudar a partir de uma cartada certeira de Damo: quando convidou o então rival Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), para ser seu homem-forte na administração e assumir a Secretaria de Governo de Mauá.

A manobra trouxe, de quebra, para o lado de Damo cinco vereadores do bloco de Chiquinho que faziam oposição ferrenha ao prefeito. O único do grupo que permaneceu como opositor foi o presidente da Câmara, Diniz Lopes (PL), que declarou ter rompido politicamente com Chiquinho.

Os números comprovam a tranqüilidade de Betão na eleição desta tarde, última sessão ordinária do ano. Dos 17 parlamentares, o socialista contará com 14 votos, já que o bloco petista – composto por três vereadores – lançará a candidatura de José Luiz Cassimiro. “O partido quer marcar presença, justamente por ser oposição. Vou disputar todos os cargos da Mesa”, avisa Cassimiro, lembrando que a votação é individual para cada cargo.

Mas a possibilidade de o petista conquistar uma vaga na Mesa Diretora é quase nula, já que as outras cadeiras também estão definidas: Carlos Alberto Polisel (PSDB), como vice-presidente; Ozelito José Benedito (PSB), 1º secretário; Diniz Lopes (PL), 2º secretário; e Cássia Rubinelli (PPS), 3ª secretária.

O acordo que garante a vitória de Betão foi costurado há pelo menos um ano, quando o parlamentar ainda fazia parte do bloco de oposição a Damo. Na ocasião, o vereador tinha o apoio dos petistas. “Como passamos a ser governo, o compromisso deixou de existir”, diz o socialista.

Apesar de adotar cautela, Betão já revela quais serão suas primeiras ações como futuro presidente da Casa de Leis. “Vamos tentar fazer em 2007 um concurso público para preencher as vagas abertas. Hoje temos menos da metade do necessário”, revela, mas sem dar números do funcionalismo na Câmara.

Diniz Lopes, que deixa a Presidência após quatro anos (foi eleito em 2002 e em 2004, já em outra legislatura), garante não haver mágoa em relação a Betão pelo fato de ele, agora, fazer parte do bloco governista. “Estou ajudando uma pessoa que sempre me ajudou, independentemente de sua posição política atual.”



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