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Lembo diz que secretário de Segurança não deixará cargo
28/05/2006 | 08:23
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O governador Cláudio Lembo (PFL) afirmou neste sábado que o secretário da Segurança Público, Saulo de Castro Abreu Filho, não deixará o cargo. “Se quiser, ele ficará comigo até o final do mandato e eu ficarei muito honrado ao lado dele”, disse Lembo, depois de participar de uma cerimônia de entrega de espadins aos novos membros da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, zona Norte da Capital. Ao longo da solenidade, Lembo mostrou intimidade com Saulo várias vezes, segurando o braço do secretário.

O secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, pediu demissão do cargo sexta-feira e fez várias críticas a Saulo. Furukawa afirmou que se encontrou poucas vezes com o secretário da Segurança Pública para trocar informações e tinha mais contato com o adjunto, Marcelo Martins de Oliveira. Ele atribuiu à falta de comunicação entre as Pastas o crescimento do PCC (Primeiro Comando da Capital), que comandou este mês uma onda de ataques a policiais.

Em discurso neste sábado, o secretário de Segurança afirmou que, enquanto o quiserem no cargo, vai agir como sempre fez. “Não vão ser as críticas fáceis e ataques de onde vier que vão mudar essa posição.”

Lembo disse que a decisão de deixar o governo foi de Furukawa, que, como Saulo, tinha seu apoio para permanecer no cargo. O governador admitiu que conhecia o problema da falta de comunicação entre as secretarias. “Eu sabia das situações e logo que cheguei ao governo criei um comitê de otimização.” Formado há 45 dias, o comitê se reuniu duas vezes antes de Furukawa deixar o cargo. “Conversamos muito sobre o sistema penitenciário e o de segurança e isso vai prosseguir, sim. Essa é a idéia, de otimização dos recursos das áreas de penitenciária e de segurança”, enfatizou.

O comitê é presidido por Lembo e conta com a participação da secretária de Justiça e Defesa da Cidadania, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, além dos secretários da Segurança e da Administração Penitenciária. “Ela participa para tratar dos assuntos de direitos humanos”, explicou o governador.

Questionado sobre a eficiência das investigações do Deic (Departamento de Investigações Criminais), também criticado por Furukawa, o governador afirmou que está feliz. “O Deic é um departamento da nossa Polícia Civil da melhor qualidade. Se não fosse o Deic e a Polícia Federal, nós não teríamos informações.”

Antes de deixar o cargo, Furukawa declarou que houve omissão do Deic nas investigações sobre o PCC. “Não adianta atribuir a responsabilidade da existência do PCC  a  mim. Se eu deixasse faltar comida aos presos, essa responsabilidade seria minha. A atribuição legal da minha secretaria não é de investigação.”

Nesta semana, o governo deve começar a estudar possíveis mudanças no sistema penitenciário estadual. “Acho que o secretário Nagashi sempre agiu com muito equilíbrio, sempre no sentido dos direitos humanos. Isso tem que prevalecer, é só uma questão de limites. Agora vamos analisar esses limites”, disse Lembo. O governador revelou também que deve instalar uma sindicância para apurar como agentes penitenciários entraram com uma câmera no presídio de Presidente Venceslau e gravaram a rotina do líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola.

Depoimento – Lembo afirmou ser contra a transferência de Marcola para a Capital para ser ouvido por deputados federais da CPI do Tráfico de Armas no Fórum da Barra Funda. “Minha hipótese, que não sei se será vitoriosa, é que os deputados federais se desloquem a (Presidente) Venceslau (a 635 quilômetros de São Paulo). Eu acho mais prático.”



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