Economia Titulo Cenário econômico
Venda de veículos novos
sobe 33% no 1º semestre

Crescimento ante 2020 era esperado, mas foi freado pela falta de peças; Fenabrave reduziu projeção para este ano

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
03/07/2021 | 09:35
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Celso Luiz/DGABC


Comparando com o mesmo período de 2020, o primeiro semestre deste ano encerrou com alta de 32,8% nas vendas de veículos zero-quilômetro no País. Há um ano, 808.682 unidades foram emplacadas, enquanto 1.074.048 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram comercializados na primeira metade de 2021. Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), cuja avaliação é a de que o desempenho poderia ter sido melhor caso a produção não tivesse sido afetada pela falta de insumos.

Alarico Assumpção Júnior, presidente da entidade, explicou que o crescimento no licenciamento em comparação ao ano passado era esperado, uma vez que houve paralisação completa da economia em razão do início da crise sanitária, em março de 2020. “De qualquer forma, o mercado mostrou boa adaptação à pandemia”, avaliou. Contudo, ele destacou que as concessionárias estão praticamente sem estoque. “As entregas estão represadas, o que acaba comprometendo a recuperação dos segmentos afetados (pela falta de insumos para produção).”

Por este motivo, a Fenabrave revisou a projeção de vendas para este ano. Em janeiro, a estimativa era de crescimento de 16,6%. Agora, o aumento previsto é de 13,6%. Segundo Assumpção Júnior, os automóveis e os comerciais leves, justamente os maiores volumes de vendas, são os principais segmentos afetados pela falta de peças. Tanto que no início de 2021 era esperada alta de 15,8% para estas categorias, percentual que passou a 10,7% após a revisão feita pela entidade. Por outro lado, a expectativa de incremento no emplacamento de pesados foi de 19,4% para 27,1%.

A falta de insumos prejudica o setor automotivo desde o segundo semestre de 2020, mas foi intensificada neste ano. No Grande ABC, as fábricas da Volkswagen, em São Bernardo, e da GM (General Motors), em São Caetano, anunciaram paralisação temporária causada por este problema. Embora as demais montadoras da região não tenham adotado a medida, reconhecem que é problema generalizado. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não acredita que a situação seja normalizada até o fim do ano.

Outra questão que está assombrando o setor é a possibilidade do racionamento de energia elétrica, que pode ocorrer neste semestre, assim como o encarecimento da conta de luz, ambos problemas causados pela crise hídrica. Ainda que a associação não fale sobre hipóteses ou impactos na produção, este é um dos temas que mais preocupam o setor nesta segunda metade do ano.

VENDAS POR SEGMENTO

Em junho, foram vendidos 133.318 automóveis, 6,55% menos do que em maio. No acumulado do ano, o segmento soma 804.182 unidades emplacadas, 26,27% mais do que no mesmo período de 2020. “Apesar das recentes elevações das taxas de juros, o mercado de crédito continua aquecido, assim como a demanda do consumidor, para todas as categorias de automóveis”, afirmou Assumpção Júnior.

No mês passado, 36.371 comerciais leves foram comercializados, 10,82% mais do que nos 30 dias anteriores. No semestre, foram entregues 202.503 veículos, com alta de 60,3% em relação ao ano passado. “Os emplacamentos de comerciais leves vêm tendo bons resultados, demonstrando a recuperação da economia, tanto que o modelo mais licenciado no Brasil (Fiat Strada, com 9.697 unidades), no ano, até o momento, pertence ao segmento”, observou o presidente da Fenabrave.

Já os caminhões tiveram queda de 2,25% nos licenciamentos em junho ante maio. Porém, no ano, a<TB>pós-venda de 58.049 unidades registra crescimento de 54,45%, impulsionado pelo desempenho do agronegócio, avalia a Fenabrave. Entre os ônibus, o decréscimo foi de 6,96% no mês, enquanto no semestre a alta foi de 18,26%, com o licenciamento de 9.314 veículos. O segmento foi prejudicado principalmente pela redução do número de pessoas circulando na pandemia.




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