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Ex-gerente de UBS é investigado por aval a fura-filas da vacina em Diadema

Denúncia aponta que nove pessoas receberam imunizantes contra a Covid fora da prioridade

Júnior Carvalho
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
01/05/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Nove pessoas, supostamente próximas do médico Vitor Hugo Pinheiro, furaram a fila da vacina para a Covid-19 em Diadema. A fraude ocorreu na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Jardim Inamar, onde o profissional atuava como gerente. A Prefeitura anunciou a demissão do servidor.

O caso foi revelado por meio de denúncia anônima e reportado à administração pelo vereador Cabo Ângelo (PV). A denúncia aponta que a imunização ocorreu em março e que, além disso, algumas delas nem sequer moram em Diadema. Pelo menos oito informaram morar no mesmo endereço: Rua Betegeuse, que fica a poucos metros da UBS. Uma das beneficiadas possui 23 anos. Os fura-filas teriam sido favorecidos com doses remanescentes dos imunizantes, a chamada xepa. O município, porém, orienta que eventuais sobras de vacinas sejam destinadas a idosos acima de 60 anos.

Sete das nove pessoas beneficiadas possuem essa faixa etária. Porém, foram vacinadas na época em que a fase de vacinação do município priorizava idosos entre 69 e 72 anos. Foram vacinados Cátia Souza de Oliveira, 23 anos; Eliete Almeida de Lacerda Ferreira, 66; Juscelino José Simensato, 58; Linei Oliveira Gomes, 61; Abel Abrame, 67; Neide Aparecida Simensato, 64; Reynaldo Barboza, 66; Elba Pereira Barboza, 62; e Eli Carneiro Pereira, 67.

Segundo a denúncia, Neide e Abel moram em Jundiaí, e Juscelino e Linei, em Fernandópolis (ambas no Interior). “Além de todas as informações com relação à operacionalidade da UBS, é importante que haja o levantamento da conduta ética-profissional do relacionamento interpessoal desta mesma pessoa com os funcionários e prestadores de serviços da unidade. Segundo as mesmas denúncias, há relatos de assédio físico e moral, que são informações tão graves quanto à (fura-fila) de vacinas”, diz trecho de ofício encaminhado no início do mês pelo parlamentar à Secretaria de Saúde, chefiada por Rejane Calixto.

Por meio de nota, o governo do prefeito José de Filippi Júnior (PT) alegou que demitiu o gerente (não citou o nome de Vitor Hugo), e que abriu investigação interna para apurar as responsabilidades sobre os fatos. O Diário apurou que o médico é funcionário da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), entidade contratada pelo município para oferecer mão de obra para diversos equipamentos de saúde.

“A Secretaria de Saúde repudia veementemente o ocorrido e ressalta que foi um ato individual e isolado, que não reflete a realidade da rede. É lamentável que, em um momento de pandemia e onde a vacinação se mostra o caminho mais seguro para proteger a vida, a atitude de um profissional coloque sob questionamento todo trabalho árduo e sério que vem sendo feito exaustivamente pela equipe de enfermagem da cidade. A gestão não pactua com a atitude e deixa claro que não irá tolerar erros e desvios de conduta de nenhum profissional”, destacou o Paço.

É a terceira polêmica envolvendo a vacinação contra a Covid na cidade. Em janeiro, duas doses da Coronavac foram furtadas da UBS Parque Reid. Recentemente, cinco crianças foram vacinadas contra a Covid por engano, quando deveriam receber vacina contra a gripe. 




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