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Linha do tempo
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
10/02/2008 | 07:02
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Você sempre quis saber os truques de figurino e maquiagem para diferenciar as gêmeas Ruth e Raquel, da novela da TV Globo, Mulheres de Areia, exibida em 1993. Ficou curioso também para descobrir onde podiam ser encontradas as roupas da Bebel, de Paraíso Tropical, em 2007. Agora estes e outros segredos devem ser revelados com o livro Entre Tramas, Rendas e Fuxicos – O Figurino na Teledramaturgia (Editora Globo, 400 páginas, R$ 58).

A obra, feita pela equipe de memória da Globo, reúne 40 anos de história da emissora.

Há de tudo um pouco para contar esta linha do tempo: personagens clássicas, sertanejos, de época, bicheiros, mocinhas apaixonadas etc.

“Há quem diga que os figurinistas são como a madrinha da Cinderela: têm o condão de transformar trapos em vestes suntuosas. Mais do que isso, eles constroem personagens”, diz um trecho do livro.

Essas pessoas são responsáveis por dar o toque de sucesso desde as primeiras produções feitas na televisão brasileira. Um exemplo é a novela O Astro, protagonizada por Francisco Cuoco em 1977. Ele usava um terno brilhante e um turbante que repercutiu na época.

Moda - Toda novela tem sua influência na moda e o que não faltam são exemplos disso. Em Quatro por Quatro (1994), a menina do subúrbio Babalu, encenada por Letícia Spiller, usava blusinhas curtas e shortinhos que rapidamente conquistaram as jovens da época.

Se pensarmos em personagens mais atuais, a Leona (Carolina Dieckmann), de Cobras e Lagartos, de 2006, ditou tendências: cabelo loiro-claro, botas altas e roupas com tecidos de tecnologia, com couro e elastano acetinado e ombreiras dos anos 1980.

O fruto deste e de outros trabalhos rendeu mais de 200 mil itens no depósito da emissora que produz, em média, 1.340 peças de roupas ao mês.

Curiosidades

- Na cena histórica protagonizada em Guerra dos Sexos (1983) por Fernanda Montenegro (Charlô) e Paulo Autran (Otávio), em que um joga torta e café na cara do outro, os dois usam robes idênticos, mas de cores diferentes. A idéia era mostrar que os primos, embora rivais, tinham personalidades iguais.
- Para quebrar a imagem exuberante de Vera Fischer na minissérie Desejo (1990), em que a atriz viveu Ana, esposa de Euclides da Cunha (Tarcisio Meira) e tinha um caso com Dilermando (Guilherme Fontes), ela escureceu seus cabelos dourados e, nos olhos azuis, colocou lentes escuras.
- Em Chiquinha Gonzaga (1999), a atriz Regina Duarte, que viveu a maestrina brasileira aos 87 anos, levou cinco horas para fazer a maquiagem de envelhecimento.
- O personagem Tonho da Lua (Marcos Frota), de Mulheres de Areia (1993), embora fosse humilde e morasse em uma comunidade de pescadores, trajava roupas de uma famosa loja masculina.
- As domésticas Marinete (Cláudia Rodrigues) e Solineuza (Dira Paes), do seriado A Diarista (2003), usavam apenas peças compradas em brechó.
- Para encenar a morte da bailarina Luna (Liliana Castro) em Alma Gêmea (2005) foram confeccionados cinco vestidos iguais, todos bordados manualmente.
- A produção da minissérie A Casa das Sete Mulheres não poupou em figurino. Cerca de 300 fardas foram elaboradas para o elenco e figuração, cujo protagonista foi Werner Schünemann, que encenou o líder dos farrapos, Bento Gonçalves.
- Vestidos de noiva também não faltaram nas novelas. Só em Chocolate com Pimenta (2003) foram feitos oito e o mais trabalhoso foi da vilã Olga (Priscila Fantin) que levou uma semana para ficar pronto.




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