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Cada voto a prefeito da região custou R$ 16,60 nas Eleições 2020

Valor leva em conta adesões aos candidatos do Grande ABC diante das despesas contratadas na campanha

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/01/2021 | 07:00
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EBC


 Os candidatos majoritários do Grande ABC gastaram, em média, R$ 16,60 por cada voto recebido na eleição do dia 15 de novembro. Esse valor leva em consideração o volume total de sufrágios registrados nas urnas pelos 57 candidatos a prefeito nas sete cidades diante das despesas contratadas pelos concorrentes durante a campanha, conforme declaração feita pelos próprios postulantes junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O montante se ateve ao resultado do primeiro turno.

De acordo com levantamento compilado pelo Diário, juntos, os políticos receberam 1,307 milhão de adesões – a despeito de 2,1 milhões de aptos a voto na região – e confirmaram, ao todo, terem desembolsado R$ 21,7 milhões na empreitada do fim do ano passado. A quantia média é quase o dobro da computada na eleição municipal anterior, de 2016, quando o preço do voto, simbolicamente, ficou na margem de R$ 8,74, embora tenha sido a estreia da proibição de financiamento empresarial. A efeito meramente de comparação, os candidatos a deputado da região gastaram R$ 7,18.

Quem mais gastou, proporcionalmente, na corrida pelo Paço foi o prefeiturável Nilson Bonome (PSL), de São Caetano – pela segunda vez candidato majoritário, sendo o debute na vizinha Santo André, pelo PMDB, em 2012. Mesmo escorado na tentativa de colar imagem na figura do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ele contabilizou R$ 516 por sufrágio angariado (confira quadro ao lado). Isso porque foram gastos R$ 210,2 mil na campanha e obteve 407 apoios nas urnas da cidade, amargando a lanterna no páreo.

Bonome alegou que teve dificuldade para realizar as atividades eleitorais, acometido por série de internações hospitalares em sequência. “Não consegui fazer campanha, na verdade. Fiquei mais de seis meses internado, em períodos intercalados. Mas tive que pagar o povo que estava trabalhando (na empreitada), independentemente se renderam votos ou não”, justificou, ao lembrar que chegou a gravar vídeo logo após o pleito, ainda acamado no quarto do hospital, em agradecimento ao apoio recebido.

O segundo da lista é o ex-prefeito João Avamileno (SD), de Santo André, que voltou a entrar na disputa pelo Paço depois de 16 anos. Com o hiato, ele registrou R$ 187,30 por cada voto. Foram R$ 180 mil empenhados na corrida ante 961 sufrágios recebidos. Avamileno, assim, se insere em rol de ex-petistas que sofrem para retomar força fora da legenda, a exemplo dos ex-chefes do Executivo José Augusto da Silva Ramos (PSDB, Diadema) e Donisete Braga (PDT, Mauá).

Em Mauá, aliás, aparecem outros dois nomes que apresentam o custo do voto mais caro: o próprio Donisete Braga e Dra. Roseni Delmondes (PMN). Pelas contas, são R$ 185,27 e R$ 144,80, respectivamente. Quatro anos depois de deixar o comando de Mauá, o ex-prefeito ficou na sexta colocação. Teve 5.174 sufrágios e despendeu R$ 958,6 mil na campanha. Estreante no páreo e por sigla nanica, a advogada, por sua vez, amealhou 793 adesões e gastou R$ 114,8 mil, ainda que com empreitada tímida nas ruas. Teve como saldo o último lugar entre 12 candidatos ao Paço.

Já fora do patamar de três dígitos surgem, na sequência, o ex-vereador Ronaldo Lacerda (PDT, Diadema) e a ex-deputada Vanessa Damo (MDB, Mauá). O pedetista R$ 81,89, enquanto a emedebista, R$ 76,11. O diademense, nomeado como secretário de Habitação, computou 10,6 mil votos, mas desembolsou R$ 874,8 mil em valores contratados. Após ter mandato cassado na Assembleia Legislativa e diante de grupo rachado com o então prefeito Atila Jacomussi (PSB), a mauense retornava às urnas e computou 2.948 sufrágios, mesmo com R$ 224,3 mil de gastos.

Em números absolutos, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), foi o candidato que mais descarregou recursos no Grande ABC. Foram R$ 4,9 milhões de despesas contratadas durante o período de busca pelo voto, mais que o dobro do que o montante acumulado pelos concorrentes na disputa municipal. Apesar do alto volume empregado, tendo em vista o êxito na etapa inicial do pleito, o custo do sufrágio ficou em R$ 18,72 – o tucano contabilizou 261,7 mil adesões.

Dentro deste contexto, os prefeituráveis governistas são aqueles que computaram maior fatia de gastos na empreitada, a exceção de Diadema e Ribeirão Pires – em território diademense, inclusive, houve diferença significativa entre o ex-parlamentar Pretinho do Água Santa (DEM) e José de Filippi Júnior (PT), que venceu o páreo no segundo turno. Por outro lado, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), registrou o menor valor por voto na região: R$ 5,92. O tucano despendeu R$ 1,57 milhão na corrida pela reeleição, contudo, recebeu votação recorde de 266,5 mil sufrágios. Em embate jurídico para assumir o quarto mandato, José Auricchio Júnior (PSDB), de São Caetano, custeou, simbolicamente, R$ 47,65 por apoio.




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