Setecidades Titulo Como um milagre
Bebê vai para casa após 5 meses de UTI

Criança nascida em São Caetano teve várias adversidades e ontem saiu ovacionada de hospital

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
15/10/2020 | 07:00
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Arquivo Pessoal


Foram pouco mais cinco meses sem poder ter o aconchego do lar. Sem sequer saber se teria o dia seguinte. Mas, após muita luta, o pequeno Adam Weiss Souza Brzozowski conseguiu, finalmente, ir para casa pela primeira vez, no colo do pai, Ricardo Paulo Brzozowski, 65 anos, e da mãe, Celia Regina de Souza, 40, debaixo de salva de palmas de vários profissionais que o ajudaram a sobreviver.

Adam nasceu no dia 9 de maio, no Hospital Infantil Márcia Braido, em São Caetano. Veio ao mundo após gestação de 27 semanas e pesando apenas 690 gramas.

“Ele ficou cinco meses no hospital, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A equipe foi sempre sensacional, a coisa mais incrível do mundo, não só por seguir os protocolos, mas por todo o amor disposto. Sempre diziam que era um dia de cada vez e nosso pequeno está em casa hoje”, conta a mãe.

Durante um ultrassom foi descoberto que o bebê estava com restrição de alimento, não estava se desenvolvendo dentro do útero. E, após mais exames, percebeu-se que estava com sofrimento fetal agudo – quando sangue só circula no coração e cérebro.

O parto precisou ser feito de imediato, já que a criança corria risco de não sobreviver, como explica a médica Daniela Gomide Cunha Moura, coordenadora da UTI neonatal do Hospital.

Ela conta que Adam passou por vários momentos difíceis, mas dois, em particular, foram muito críticos. “O nascimento. Nascer com este peso é surreal. Ele não consegue segurar a temperatura adequada no corpo. Tem de ficar na incubadora. Teve hemorragia pulmonar logo no nascimento”, explica.

Depois, quando já estava estabilizado, tomando leite materno por sonda e pesando um quilo, teve enterocolite necrosante – lesão na superfície interna do intestino. “Precisou fazer cirurgia de urgência e um pedacinho do intestino teve de ser retirado”, explica Daniela. “Aí ele passou 45 dias muitíssimo grave. A gente não sabia as próximas horas dele”, diz.

Mas o bebê superou mais essa etapa, se estabilizou e foi transferido para a UTI pediátrica se preparando para a alta. Segundo Daniela, resultado de trabalho de “equipe multidisciplinar. A médica, de enfermagem, de fisioterapia, de fonoaudiologia... Uma equipe toda para esta vitória”, diz.

Para a médica, é momento emocionante. “A sensação de que vale a pena sair de casa, deixar nossas famílias, filhos, nossos problemas e entrar na UTI neonatal e cuidar destes bebês que, às vezes, são desacreditados. Ter um paciente que vai embora respirando sozinho, mamando pela boca, com a parte neurológica normal, nos enche de orgulho. Parece que a gente é inundado por uma sensação de que realmente tudo vale a pena”, finaliza a médica.
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