Setecidades Titulo Descaso
São Bernardo abre mão de gratuidade à população de rua no Bom Prato

Em Santo André, 100 pessoas têm sido beneficiadas por dia; programa é custeado pelo governo do Estado

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
06/08/2020 | 23:30
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


 A Prefeitura de São Bernardo abriu mão de aderir ao programa do governo do Estado que oferece gratuidade nas refeições realizadas nos restaurantes Bom Prato para pessoas em situação de rua. A iniciativa, anunciada em 28 de maio e recentemente prorrogada até setembro, é totalmente custeada pelo governo estadual, cabendo aos municípios apenas aderir e realizar o cadastro dos beneficiários. O objetivo é facilitar o acesso de vulneráveis ao alimento como forma de enfrentamento à pandemia causada pelo coronavírus.

Por meio de nota, a administração são-bernardense informou que não houve procura significativa da população em situação de rua, uma vez que os usuários do serviço de acolhimento já fazem três refeições diárias. “O benefício estadual foi finalizado no dia 31 de julho e a Prefeitura vai aderir à iniciativa caso haja nova fase”, relatou em nota, sem se dar conta de que o programa foi estendido pelo governo estadual há uma semana.

Segundo levantamento feito pela própria Prefeitura e informado ao Diário em março, por ocasião do lançamento da iniciativa, São Bernardo tinha ao menos 200 pessoas que poderiam ser beneficiadas. A administração também alegou que estudo realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social apontou que cerca de 80% desta população é usuária de albergue, onde se alimenta gratuitamente.

Em Santo André, outra cidade do Grande ABC que possui unidade do Bom Prato, a Prefeitura aderiu ao programa e já foram servidas cerca de 2.000 refeições gratuitas desde o início de julho, ou seja, são cerca de 100 usuários beneficiados por dia.

O Grande ABC conta com três unidades do Bom Prato, sendo uma em Santo André (Centro) e duas em São Bernardo (Centro e Alvarenga). Os três equipamentos servem até 4.800 refeições ao dia, entre café da manhã, das 7h às 9h, almoço, das 10h às 15h, e jantar, das 17h30 às 19h30. A unidade provisória do Assunção serve apenas almoço e em todos os casos, durante a quarentena, as refeições são entregues para viagem.
Segundo o Palácio dos Bandeirantes, já foram distribuídas mais de 228 mil refeições gratuitas em todo o Estado, sendo 55 mil cafés da manhã, 118 mil almoços e 55 mil jantares. Foram investidos R$ 2 milhões no programa.

A secretária de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Célia Parnes, afirmou que enquanto a população segue se readequando à retomada consciente e gradual do Plano São Paulo, a pasta tem atuado para manter as ações de proteção social, que visam amparar as pessoas que mais necessitam de atenção neste momento de pandemia de Covid-19. “Esta prorrogação por mais dois meses é uma das grandes contribuições nossas neste período”, afirmou a secretária.

Funcionários da unidade Centro foram afastados com Covid-19

Quatro funcionários do Restaurante Bom Prato do Centro de São Bernardo foram afastados do trabalho esta semana após serem diagnosticados com Covid-19. Segundo apurou a equipe de reportagem, apesar dos cuidados como uso de máscara e álcool gel, o retorno de colaborador que havia sido afastado após contrair a doença e retornado em 14 dias, mas ainda estava contaminado, teria sido o foco de infecção para os demais trabalhadores. O local não foi fechado e segue atendendo normalmente.

A Prefeitura informou que todos os funcionários do Bom Prato Centro realizaram teste da Covid-19, sendo que quatro apresentaram resultado positivo para a doença. “Os funcionários foram imediatamente afastados e encaminhados para avaliação médica. O caso positivo registrado anteriormente foi monitorado e todos os protocolos médicos foram cumpridos, incluindo a retestagem do funcionário para retorno ao trabalho”, relatou a administração.

Segundo a nota enviada ao Diário, a unidade está tomando todas as medidas de segurança sanitária, com distanciamento dentro da cozinha, uso de equipamentos de proteção individual por parte dos funcionários, higiene das mãos, disponibilização de álcool gel, aumento da frequência de limpeza das dependências da cozinha, dos equipamentos e de utensílios.

A nutricionista clínica Michelly Pissarro explicou que há riscos de contaminação pelo novo coronavírus por meio de alimentos, se não houver manipulação e higienização corretas. “A falta de uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) como máscara, por exemplo, aumenta as chances de contaminação”, argumentou. A profissional avaliou que, em caso de contaminação de funcionários, o ideal seria fechar a unidade para processo de desinfecção.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;