Economia Titulo Retomada da produção
Volks projeta iniciar produção de seis híbridos e elétricos no País

Fábricas devem receber modelos nos próximos cinco anos, afirmou o presidente Pablo Di Si

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
27/06/2020 | 08:29
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Divulgação


O presidente da Volkswagen do Brasil e América Latina, Pablo Di Si, afirmou, em entrevista concedida ao Uol ontem, que as plantas de São Paulo (São Bernardo, Taubaté e São Carlos) e de São José dos Pinhais, no Paraná, devem receber a produção de até seis modelos híbridos e elétricos nos próximos cinco anos, uma vez que as fábricas já estão conectadas. Segundo ele, a preocupação acerca da redução de emissão de CO2, assim como frotas sustentáveis, já foi tema de discussão com os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

“Temos, como grupo Volkswagen, o privilégio de estar, em quatro ou cinco anos, fazendo mais de 80 carros híbridos ou elétricos. Então, podemos selecionar um portfólio fantástico para trazer ao Brasil”, assinalou Di Si, durante a transmissão ao vivo.

Inclusive, a montadora alemã criou consórcio em parceria com outras empresas, como Audi, Enel e Siemens, para desenvolver e implementar 30 carregadores elétricos ultrarrápidos entre o Espírito Santo e Santa Catarina. “Se cada um fizer sua parte, e o governo também, acho que em três ou quatro anos podemos ter um ecossistema que seja sustentável para o País.”

EFEITOS DA PANDEMIA
O presidente da automobilística destacou que a Volkwagen sofreu redução de 31% nos negócios durante a pandemia, enquanto a média da concorrência foi de 37%. Os investimentos, na ordem de R$ 7 bilhões, e lançamentos no País foram mantidos, devendo ocorrer em 2021. “Ainda não definimos planos de investimentos para o futuro, mas o que tínhamos em mente será muito menor em razão da pandemia”, explicou o executivo.

Vale lembrar que, em mesa-redonda realizada na segunda-feira, o presidente da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos de Moraes, assinalou que este é momento para as empresas do setor reverem os planejamentos. “A questão da sobrevivência da indústria, com essa queda abrupta da receita, é que temos de redefinir as prioridades. Muitas empresas congelaram parte dos investimentos e estão definindo o que deve ser priorizado para atender à demanda do consumidor. Mas é momento de revisão total no cronograma de investimentos da indústria, principalmente no Brasil”, disse o dirigente na ocasião.

Para Di Si, ainda é muito cedo para ter “pé firme” em relação à recuperação das atividades e há aspectos que não podem ser controlados pela empresa, tais como cotação do dólar, PIB (Produto Interno Bruto) e taxa de juros. “Não é só sobre o dinheiro ou o caixa. Estamos falando da família Volkswagen, formada por milhares de empregos e sistemistas. Acredito, sim, que o setor vai sofrer, mas estamos trabalhando para que o impacto seja o menor possível”, apontou o presidente da Volkswagen.

FUTURO
O executivo salientou que o Brasil tem histórico de sucesso no âmbito da indústria, a exemplo do programa Rota 2030 e da criação dos motores flex. Assim, ele acredita que é possível criar novas tecnologias. “Em conjunto, podemos pensar como vamos alimentar os carros no futuro. Temos poucos países que conseguem ter uma cadeia como a brasileira.”

Em razão do isolamento físico, na quinta-feira a Volkswagen lançou o Nivus virtualmente. Mesmo sem unidades nas concessionárias, Di Si celebrou que foram pelo menos 3.000 leads (pessoas que mostraram interesse)em 24 horas. Para ele, isso indica que é possível reformular o modelo de vendas presenciais, por meio da digitalização das concessionárias, além de inovação nos próprios veículos. “O Volks Play vai ser instalado na maior parte dos produtos no futuro e vai continuar com a Volkswagen do Brasil tendo inovação local, seja de design, de parte tecnológica ou de implementação de tecnologias.” 




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