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Likud defende três 'nãos' aos palestinos em programa de governo
Por Da AFP
12/03/2006 | 11:21
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O partido de direita israelense Likud defenderá em seu programa de governo três "nãos" aos palestinos, em resposta aos planos do premier interino, Ehud Olmert, de se retirar unilateralmente da Cisjordânia após as eleições do próximo dia 28.

Questionado pelo jornal "Yediot Aharonot" sobre o assunto, Netanyahu disse que, "no momento, a única coisa a fazer é lutar contra o Hamas", movimento radical palestino vencedor das eleições legislativas de 25 de janeiro. "Enquanto o Hamas estiver no poder, não devolveremos nenhum território, não iremos transferir dinheiro, nem permitiremos que operários palestinos trabalhem em Israel", afirmou em entrevista publicada neste domingo.

O Hamas reagiu ao programa eleitoral do partido de Netanyahu dizendo que "os três 'nãos' mostram que a agressão aos palestinos continua", segundo o porta-voz do partido, Sami Abu Zuhri. "Existe uma guerra contra nós, e nossa intenção é resistir, para garantir nossos direitos", acrescentou.

A duas semanas e meia das eleições legislativas em Israel, o Likud considera que o Mapa da Paz, plano internacional que prevê a criação de um Estado palestino, caducou. "A realização desse plano é impossível, devido à ausência de um interlocutor palestino legítimo", indica a plataforma do Likud.

O Hamas, encarregado de formar o novo governo palestino, defende a continuação da luta contra Israel durante seu mandato, segundo seu site. Já a comunidade internacional exige que o movimento islâmico, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e União Européia, abandone a luta armada, reconheça a existência de Israel e aceite os acordos assinados pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Em entrevista ao jornal "Maariv", Netanyahu considerou uma ameaça à segurança de Israel os projetos de Olmert envolvendo os palestinos. Com base nisso, o Likud não participaria de um futuro governo de coalizão com Olmert, indicou.

Em entrevista a um canal de TV israelense, Netanyahu estimou ontem que as eleições do próximo dia 28 "constituirão um referendo sobre o novo programa do premier interino, Ehud Olmert", que contempla a desocupação dos territórios da Cisjordânia para marcar a nova fronteira israelense. "O que nos restará para oferecer aos palestinos se um dia eles tiverem um governo moderado e Olmert já lhes tiver dado tudo?", questionou Netanyahu.

"Os Estados Unidos acabarão aceitando o plano do primeiro-ministro interino de se separar dos palestinos", indicou hoje a uma emissora militar Haim Ramon, chefe do partido de centro-direita Kadima. A facção foi criada em novembro passado pelo premier Ariel Sharon, atualmente em coma.

Segundo uma pesquisa divulgada neste domingo pela emissora, nas eleições do fim do mês o Kadima obteria 37 deputados; o Partido Trabalhista, 18; o Likud, 16; e o Shass (ortodoxo sefardita), 10.



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