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Custos da gripe ainda são imprevisíveis
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
03/08/2009 | 07:01
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As autoridades sanitárias brasileiras ainda não têm estimativa de quanto deve custar a gripe suína aos cofres públicos. Especialistas em administração e economistas ouvidos pelo Diário também não arriscam previsão. Reunião de gestores hoje, em Brasília, poderá oferecer bases para o cálculo.

O encontro organizado pelo Ministério da Saúde deverá colocar frente a frente representantes dos principais órgãos do setor no Brasil, incluindo o ministro José Gomes Temporão. David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, e Isaías Raw, do Instituto Butantan, também estarão presentes.

Estudiosos em infectologia e epidemiologia pretendem estudar um plano de ação para os próximos meses, incluindo a prevenção, atendimento, diagnóstico, assistência, produção e distribuição de medicamentos e vacinas. Das novas estratégias, é possível que surjam estimativas sobre os gastos.

FINANÇAS - Enquanto isso, ninguém se arrisca a apontar valores, embora todos concordem que haverá impacto na economia. A capacidade de expansão do vírus Influenza A (H1N1) e sua agressividade é quem vai dar a dimensão.

Economista da Unicamp (Universidade de Campinas), Walter Barelli evita um palpite. Ainda assim, lembra que até agora a economia de forma geral não foi afetada diretamente. "Não vi ainda dispensa de trabalhadores por motivos de saúde em grande número."

Na avaliação de Barelli, no entanto, a área de saúde sofrerá mais imediatamente. "Os gastos serão grandes, porque não estavam previstos. Fora que deverão ser adiados investimentos em expansão de hospitais públicos, por exemplo. Será necessária suplementação de verba. O dinheiro ficará comprometido", diz.

A retração de investimentos pode, eventualmente, prejudicar reformas mais drásticas em unidades que funcionam precariamente, como o Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá. A captação de verba na crise torna-se um desafio a mais para os gestores.

Os prejuízos financeiros devem atingir a rede particular, mas em menor escala. "Sendo uma doença contagiosa e caracterizada como epidemia, é muito possível que as operadoras privadas direcionem os custos para o SUS (Sistema Único de Saúde)", diz o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Bernard Couttolenc.




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