Três derrotas seguidas, um técnico ameaçado de cair e um adversário atuando em casa, com o apoio de sua fanática torcida. O São Caetano segue segunda-feira à noite para Fortaleza em busca da tão sonhada reabilitação no Campeonato Brasileiro, o que traria a paz necessária para Levir Culpi seguir adiante. O técnico, por sinal, já planeja uma alteração na zaga. Thuram, um jovem de 20 anos, será o companheiro de Thiago e, mesmo com o forte calor cearense, pode entrar numa fria contra o Fortaleza.

"É uma prova de fogo. Acho que esses jogos sob pressão são bons para o jogador mostrar sua qualidade. Além disso, é preciso estar preparado para qualquer situação, mesmo que seja de risco", disse Thuram, que fará sua segunda partida como titular no Brasileiro – a estréia foi contra o Cruzeiro, derrota por 1 a 0, em pleno Anacleto Campanella.

Thuram disputava a Copa TV Cultura de Juniores pelo São Caetano. Em meio aos garotos de sua idade, chamou a atenção de Levir Culpi, que ainda sente as ausências de Neto e Gustavo, ambos lesionados. Aos poucos, Thuram cresceu no profissional, onde já havia jogado no início do ano em algumas partidas do Campeonato Paulista.

Mesmo com Douglas e Emerson à disposição, Levir optou por Thuram durante os treinos dessa semana. "Agradeço muito essa oportunidade. Espero retribuí-la em campo, com uma boa apresentação e, quem sabe, com os três pontos", afirmou Thuram, demonstrando ter assimilado o discurso dos companheiros de profissão. "Sou jovem e venho das categorias de base. É uma situação ainda mais difícil. Preciso correr dobrado, mostrar além dos companheiros para poder me firmar como titular", revelou.

Thuram não é nome de batismo. O apelido foi dado pelos amigos nas categorias de base, logo quando chegou do Rio Branco de Americana, pela sua semelhança com Liliam Thuram, zagueiro da seleção francesa. Além da aparência física, Reinaldo também lembra o jogador europeu na força da marcação.

Mala-preta – O nome do São Caetano foi mencionado sexta-feira no escândalo levantado com o nome do Atlético-MG, que teria distribuído um mensalão a alguns clubes para facilitar resultados que implicariam no rebaixamento em 2004. O Azulão foi o último adversário do Galo no encerramento do torneio, perdeu por 3 a 0 e a especulação sobre uma mala-preta surgiu sexta-feira. Os jogadores do clube da região que entraram em campo no Mineirão descartam qualquer envolvimento no caso. Caso de Alessandro, que defendia o time mineiro na ocasião. "Nunca fiquei sabendo disso. Conseguimos escapar do rebaixamento dentro de campo. Se houve favorecimento de outras equipes, não me avisaram", afirmou.