A onda de terror que invadiu a capital e fez milhares de paulistanos se recolherem mais cedo em suas casas nesta semana – sobretudo na segunda-feira – quase levou por água abaixo a Virada Cultural. Mas a Prefeitura paulistana decidiu manter o evento e, com um aparato de segurança que dizem reforçado, pretende levar a cabo a maratona de 24 horas ininterruptas de arte e cultura, que começa às 18h de sábado, com aproximadamente 500 atrações distribuídas por toda a cidade, a maioria com entrada franca.

O evento, que teve sua primeira edição em outubro do ano passado, foi inspirado nas chamadas Noites Brancas européias. O nome bem caberia à São Paulo em pânico, pois sair às ruas poderá ser entendido, mesmo que não se queira carregar qualquer bandeira, como uma forma de resistir à brutalidade dos acontecimentos, um gesto de clamor pela paz. Vários músicos optaram por se apresentar vestidos de branco ou com algum acessório na cor para assumir posição.

Uma das vantagens, neste caso, está no fato da Virada ser descentralizada. Ao mesmo tempo que ocorre a grande rave no centro velho (ruas Álvares de Azevedo e 15 de Novembro; das 18h do sábado às 16h30 do domingo), o Parque da Independência, no Ipiranga, recebe Moraes Moreira (2h) e Luiz Melodia (neste domingo, às 18h). E o Largo do Campo Limpo, no extremo Sul tem, por exemplo, Celso Viáfora (neste sábado, 22h30).

Há atividades em todas as linguagens artísticas. Em música, destaque para Banda Mantiqueira e João Bosco (Vale do Anhangabaú; neste sábado, 18h), Cordel do Fogo Encantado (Praça da Sé; neste sábado, 20h), Francis Hime Trio (Theatro Municipal; neste sábado, 19h) e 20 Anos do Movimento Hip Hop (Largo São Bento; neste sábado, 20h).

Sucesso na edição passada, a peça Ulisses - Uma Odisséia em São Paulo volta a ser encenada a partir das 18h de sábado. São 12 horas consecutivas de apresentação itinerante, passando pela Casa das Rosas, avenida Paulista, praça Roosevelt e bares de Pinheiros e Vila Madalena.

A dança reúne alguns de seus principais representantes. A Cia de Danças de Diadema está na programação, assim como o Ballet Stagium, Quasar, Balé da Cidade, Raça e outros, no Parque da Independência, das 20h de sábado às 12h de domingo.

Cinema, exposições e programação infantil também estão na Virada. O metrô funcionará durante todo o evento, inclusive na madrugada, assim como as 36 linhas de ônibus que operam no centro da cidade. A programação completa está no site (www.viradacultural.com.br)

Confira alguns eventos:

- O cantor Luiz Melodia sobe ao palco montado no Parque da Independência (av. Nazaré, s/nº) neste domingo, às 18h. Em um show com cerca de uma hora e meia de duração, apresentará canções famosas de seu repertório, como Dizem que Fui por Aí, Estácio Holly Estácio e Pérola Negra. A programação neste espaço começa neste sábado, às 18h, com a Orquestra Jazz Sinfônica, e inclui Moraes Moreira (às 2h da madrugada) mais três atrações musicais

- O Cordel do Fogo Encantado, do vocalista Lirinha (à esq.), é o primeiro item no cardápio musical oferecido na Praça da Sé. O grupo se apresenta às 20h de sábado. Depois, virão a banda F.U.R.T.O., do ex-baterista de O Rappa, Marcelo Yuka; Arrastão Musical, Tribo de Jah, Reggae B e, para encerrar, Cores, Tambores e Crença. Tudo de graça

- João Bosco (acima, à dir.) é o convidado da Banda Mantiqueira no show marcado para sábado, às 18h, no Vale do Anhangabaú. No mesmo horário, começa a Rave no Centro, entre as ruas Álvares de Azevedo e XV de Novembro; no line up nomes como o do DJ Marky (à dir.) nas pickups neste domingo, às 15h, e de Anderson Noise, Camilo Rocha e Andy

- Acompanhada pelo acordeonista Toninho Ferragutti, a cantora Mônica Salmaso (à esq.) ocupa um espaço privilegiado bem na hora da ‘virada’: à meia-noite ambos iniciam um show especial no Auditório Ibirapuera, dentro do famoso parque paulistano