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Um boicote ao VAR, só pode ser isso
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
13/08/2019 | 07:00
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Estão tentando boicotar o VAR no Brasil. Só pode. Não é possível que sejam necessários três minutos para que haja convicção de que a bola tocou na mão do lateral-esquerdo do Palmeiras Diogo Barbosa no empate por 2 a 2 com o Bahia, no fim de semana. No primeiro replay ficou evidente o toque, que, aliás, de tão claro, deveria ter sido marcado pelo árbitro mineiro Igor Junio Benevenuto. Ele errou, não viu, mas precisa de todo esse tempo para que os árbitros de vídeo o informassem da infração?

No mesmo jogo, aliás, outra atitude que me faz pensar em boicote contra o uso da tecnologia. O pênalti marcado de Luan sobre Arthur Caíque não devia nem ter sido avaliado pelo VAR. O lance era interpretativo, ou seja, a decisão é do árbitro. O carrinho do defensor para tentar bloquear o chute, no primeiro momento, não pega no jogador do Bahia. Se o movimento foi suficiente para desequilibrar o atacante ou não, é uma opinião muito pessoal. Acho que não, ou seja, eu não marcaria a penalidade, mas ouvi gente dizendo que marcaria. Ou seja, se há margem para dúvida, opinião do árbitro deve prevalecer. O VAR, neste caso, só deveria ter sido usado se a falta fosse flagrante. Ah, só para registrar, foram mais de três minutos para o veredicto.

Parece-me boicote. Querem usar de forma errada e demasiadamente demorada para que essa tal de tecnologia não emplaque por aqui. Querem que os torcedores peçam para voltar como era, afinal, em alguns lances nos tiraram a emoção do gol. Mas esse é um caminho sem volta e a Copa do Mundo da Rússia mostrou isso. Se funciona lá tem de funcionar aqui. Para isso, algumas decisões precisam ser tomadas e uma delas é impedir a escalação do mineiro Ricardo Marques Ribeiro para comandar o VAR. Se ele é confuso e egocêntrico com o apito na mão, por que seria diferente com o poder de mudar um lance – e um jogo – como foi no Palmeiras e Bahia? Erro não é dele, mas de quem o escalou para essa função, que exige agilidade e simplicidade, que não são da sua natureza.

FIM DA LINHA?
A reação da torcida do Paris Saint-Germain na vitória por 3 a 0 sobre o Nîmes, domingo, na estreia do Francês, demonstra que Neymar está sem clima no clube. Ou pelo menos terá trabalho dobrado para reconquistar a confiança após série de contusões e polêmicas que ele tem se envolvido. Faixas e gritos insultaram o brasileiro, que nem em campo estava. Foi poupado porque ainda não está sem suas melhores condições físicas.

Tudo indica que a ausência é mais do que isso. O brasileiro Leonardo, diretor do PSG, disse no fim de semana que as negociações envolvendo a saída de Neymar estão “mais avançadas”. Somado a isso, domingo o advogado Juan de Dios Crespo, responsável por depositar os 222 milhões de euros pagos pelo PSG ao Barcelona, em 2017, para ter o atacante, esteve no clube catalão. O quebra-cabeça fez com que ontem os jornais esportivos da Espanha praticamente cravassem o retorno do brasileiro ao clube espanhol. Acredito que seja algo inevitável.

ALÉM DA EXPECTATIVA
Durante a cobertura do Pan, em vários dias trouxemos a palavra “histórico” no título. Porque, de fato, foi uma campanha fora da curva. Individualmente, alguns esportistas brilharam e conseguiram feitos inéditos, como Milena Titoneli, de São Caetano, a primeira brasileira campeã no taekwondo, e a judoca Rafaela Silva, que se tornou a única brasileira campeã do Pan, da Olimpíada e do Mundial – tem todos os títulos possíveis.

Aproveitando a consolidação da campanha histórica, cabe aqui uma correção da minha parte. Na semana passada havia chamado atenção para o corte realizado no programa Bolsa Atleta, em dezembro, pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) e que tinha sido mantido por Jair Bolsonaro (PSL). A assessoria da Secretaria Especial do Esporte informou que em abril o governo federal reforçou o programa com R$ 70 milhões e 3.142 novos atletas contemplados. Esse é o caminho para que possamos valorizar o atleta e comemorar resultados ainda melhores.

EVOLUÇÃO NO BASQUETE
Já escrevi aqui que acredito que alguns esportes precisam se modernizar para dar mais competitividade às mulheres, principalmente o futebol. Na sexta-feira, o basquete deu passo importante para isso. Sorocaba e Ituano disputaram amistoso com o aro 18 centímetros mais baixo, ou seja, a 2,87 m do chão. A ideia é proporcionar a elas a possibilidade de enterrar. Iniciativa faz parte de série de testes conduzidos pelo grupo acadêmico do Laboratório de Biomecânica e Instrumentação, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, em Limeira (São Paulo). Olha, aqui tem alguém na torcida para que isso dê certo e traga mais dinamismo e intensidade. Sim, as meninas também podem enterrar.

PALPITÃO DO FATTORI
Tirei onda semana passada com quatro acertos na mosca em sete palpites. Vamos aos chutes semanais: Brasileirão: Corinthians 2 x 0 Botafogo; Grêmio 1 x 1 Palmeiras; Cruzeiro 1 x 1 Santos; e São Paulo 3 x 0 Ceará. Copa Paulista: Grêmio Osasco 0 x 1 Água Santa; EC São Bernardo 2 x 0 Ponte Preta; e Santo André 0 x 0 São Caetano. 




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