Política Titulo Mauá
Pai de Atila, vereador tenta derrubar um dos pedidos de cassação do filho
Por Junior Carvalho
18/01/2019 | 06:59
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Admir Jacomussi (PRP), vereador de Mauá e pai do prefeito preso Atila Jacomussi (PSB), protocolou ontem representação na Câmara em que tenta derrubar um dos pedidos de impeachment contra o filho. O requerimento questiona a legalidade da denúncia de autoria de Davidson Rodrigues de Souza, que se autointitula presidente do PSL local.

No despacho, o parlamentar sustenta que Davidson não é presidente de fato do diretório municipal do PSL. Se comprovada, a irregularidade comprometeria a denúncia, já que provocaria espécie de falsidade documental. A peça aceita em plenário pela maioria dos vereadores, na sessão de quarta-feira, cita textualmente que Davidson é “presidente do diretório municipal do PSL”.

No site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o diretório do partido em Mauá encontra-se suspenso desde fevereiro do ano passado por falta de prestação de contas. Para completar, essa mesma executiva sequer era presidida por Davidson (consta o nome de Jonathan Feitosa Sampaio), que aparece como secretário-geral do diretório.

Ao Diário, o presidente da Câmara, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), afirmou que o pedido de Admir ainda será analisado e que, até ontem, não se sabia qual procedimento seria adotado. “É um fato novo (o impeachment), uma coisa que a gente não havia passado ainda, por isso ainda estamos submetendo à análise dos advogados”, explicou.

A confusão e o amadorismo registrados durante a votação dos pedidos de cassação de Atila têm persistido. Um dia depois de a Casa chancelar o início da cassação do prefeito, os vereadores integrantes das comissões processantes sequer sabem quando vão começar oficialmente os trabalhos. “Nós marcamos para amanhã (hoje) uma reunião informal, mas bem provavelmente que vamos ver os passos e, depois, nos reuniremos na segunda”, disse Sinvaldo Carteiro (DC), sem dar certeza, porém, de que o grupo começará a analisar as denúncias na segunda.

Outro fator também tem contribuído para o atraso dos processos de impeachment. Ontem, pela manhã, o vereador Ivan Stella (Avante), sorteado para integrar uma das comissões, renunciou ao direito de participar do grupo por motivos de saúde – ele sofreu AVC no ano passado e se recupera. Entretanto, ainda não há definição sobre como deverá ocorrer a substituição. “Como o corpo jurídico (da Casa) não está mais presente após 15h, agora só amanhã (hoje) para saber (como será feita a troca)”, alegou Sinvaldo.

CASSAÇÃO
Dois pedidos de impeachment de Atila foram aprovados pelos vereadores na quarta. Um deles, protocolado pelo PT, acusa o prefeito de quebra de decoro pelos fatos narrados no inquérito da PF (Polícia Federal), que acusa Atila de receber propina de empresas fornecedoras do Paço e de pagar Mensalinho aos vereadores.

Já o segundo, ingressado por Davidson, fala em vacância do cargo de prefeito. A denúncia sustenta que Atila teria abandonado a função ao ficar mais de duas semanas afastado sem autorização legislativa. O prefeito está preso desde 13 de dezembro, quando foi detido pela segunda vez, no âmbito da Operação Trato Feito.

Ao Diário, Davidson não negou a informação de que não é presidente do PSL e alegou que entrou com a denúncia como “pessoa física”. 




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