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Onze policiais são presos por pedofilia e extorsão
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20/05/2006 | 00:08
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A Corregedoria da Polícia Civil do Paraná prendeu nesta sexta-feira 11 policiais civis, entre eles dois delegados, e tinha mais três mandados para cumprir. Eles atuavam no 4º, 7º e 12º Distritos Policiais de Curitiba e são acusados de participar de uma quadrilha que praticava a pedofilia, associada a extorsão. No grupo havia um civil, já preso.

A polícia procura Luciana Polera Correia Cardoso, 21 anos, que seria a mentora do esquema. Alegando sigilo judicial, os nomes dos policiais não foram revelados.

Em razão do sigilo, o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, disse em entrevista coletiva que não poderia dar detalhes do caso. Mas as informações são de que uma pessoa ligada a Luciana fazia contatos com meninas entre 10 e 14 anos nas portas de escolas de Curitiba, oferecendo-lhes a oportunidade de ganhar dinheiro em troca de favores sexuais.

Utilizando a Internet, onde tinha um site, Luciana fazia contato com pessoas com bom poder aquisitivo e marcava um encontro com as meninas, em seu apartamento, no Bairro Fazendinha, ou em algum motel.

Enquanto a pessoa estava com a adolescente, os policiais eram avisados e se dirigiam ao local para fazer uma “batida”, tiravam fotos e filmavam o cliente com a menina nua. A pessoa era levada para o distrito policial e começava a outra parte do golpe. Ali era negociado um valor entre R$ 5 mil e R$ 30 mil para não ser instaurada uma investigação por crime de exploração sexual, estupro ou atentado violento ao pudor. Delazari não informou quantas crianças teriam sido efetivamente estupradas.

Com medo de indiciamento, as pessoas pagavam aos policiais. Até que, há cerca de um mês, um suposto cliente da rede teria sido levado a um distrito. Ele se recusou a ceder na extorsão, seu filho foi chamado e fez a denúncia à Corregedoria da Polícia Civil. “Os policiais se deslocaram na madrugada até lá e aí começou a investigação”, disse Delazari.

O secretário não informou o número de adolescentes que foram aliciadas e nem o de possíveis clientes. “Já temos (a identificação) de alguns. Eles são tão criminosos quanto os policiais ou até mais”, afirmou. Calcula-se que a rede funcionava pelo menos desde o ano passado.

Os presos responderão pelos crimes de concussão, formação de quadrilha, exploração sexual e comercial infanto-juvenil, corrupção de menores, estupro e atentado violento ao pudor. Além disso, os policiais responderão a processo administrativo. “Devem ser expulsos”, afirmou o secretário da Segurança Pública.

A operação foi chamada de Navalha na Carne, em razão de toda a investigação ter sido interna. “É mais uma prova de que não perdoamos desvios de conduta e não vamos aceitar criminosos dentro das instituições.”




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