Como já cantava Chico Science, “computadores fazem arte”. E aproximadamente 200 artistas, entre grupos, coletivos e individuais mostram que a tecnologia é uma ferramenta para produzir obras até pouco tempo atrás inimagináveis. Essas produções instigantes e interativas podem ser conferidas no File 2007 (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), que abre terça-feira para o público e vai até o dia 9 de setembro no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo.

O File reúne trabalhos em áreas como net art, hipertexto, web art e robótica, mas, a rigor, ninguém precisa entender exatemente o significado de cada uma delas para compreender, aprender ou apenas se divertir com as 23 instalações e mais 200 obras instaladas em computadores.

As obras são um convite à interação. Em Alter Ego, por exemplo, o visitante fica em frente ao que parece ser sua própria imagem no espelho, mas é um boneco virtual, cujas expressões mudam conforme as alterações do rosto do usuário.

Em Dreamlines, basta entrar com uma ou mais palavras que definem um sonho para o sistema apresentar uma imagem onírica, que muda constantemente, relacionada ao tema. É como se o pensamento, com todos os seus devaneios, pudesse ser “filmado”.

Mas uma das grandes novidades deste File, que está em sua oitava edição, são os grafites eletrônicos. Karolina Sobecka, dos Estados Unidos, traz ao evento uma obra na qual a animação de um tigre projetada sobre um prédio movimenta-se de acordo com a velocidade do carro. Se o veículo parar, o “animal” também pára.

Outra delas é We Only Come at Nigth, do chinês Jiacong Yang. O público terá a chance de ver monstros virtuais “agarrando” e “comendo” as sombras dos que passarem diante da obra.

Há também diversos games, como o que o jogador tem de subornar autoridaddes e manipular funcionários para aumentar os lucros de uma enorme rede de fast food.