Setecidades Titulo Calamidade financeira
GCM de Mauá pode ficar sem motos e rádios transmissores

Secretário de Segurança afirmou que contratos também estão com pagamentos em atraso

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
24/08/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 A GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá corre agora o risco de ficar sem motos e rádios transmissores, devido a atraso no pagamento dos contratos de locação. A informação foi passada pelo secretário de Segurança Pública, Luiz Alfredo dos Santos Simão. O Diário denunciou na segunda-feira que a empresa que aluga veículos para a corporação retirou ao menos sete viaturas por falta de pagamento, o que levou a administração a pedir carros emprestados a São Bernardo (veja mais ao lado). A dívida da administração com a Viação Santo Ignácio passa de R$ 300 mil.

“As empresas têm comentado que querem retirar os equipamentos e a gente tem levado a situação para o governo. É pouco tempo para resolver muitos problemas de uma vez”, declarou o gestor. Simão assumiu a Pasta no início de agosto. “A gente está marcando reuniões com as empresas, para não acontecer o que houve com as viaturas”, explicou, lembrando que a retirada ocorreu antes que assumisse a Pasta.

A empresa que aluga as motocicletas para Mauá é a Isamix Trading Ltda., vencedora do lote 06 da licitação 093/2013. O valor anual do contrato é de R$ 321,6 mil. Apesar de o secretário citar os atrasos, não constam pagamentos em aberto para a empresa no Portal da Transparência. A reportagem não conseguiu contato com a Isamix. Em nota, a Prefeitura apenas informou que negocia com as empresas, sem mencionar valores dos débitos.

Sobre a frota da GCM, que atualmente conta com cinco carros – sendo dois próprios e três alugados junto à Santo Ignácio – e oito motos, Simão afirmou que já está em andamento nova licitação. “Creio que em 30 dias já haverá o chamamento. É uma licitação com vários lotes, contratando veículos para Segurança, Saúde, Mobilidade Urbana e Defesa Civil ”.

A prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo (MDB), declarou que as finanças do município seguem precárias, dois meses após o decreto de calamidade financeira ter sido assinado. “Estamos lutando para tentar reverter. A crise é muito forte, não temos dinheiro para pagar nada. Tem contratos que não são pagos desde o ano passado. A crise não é minha, já estava estabelecida”, justificou.

Alaíde assumiu interinamente a Prefeitura em maio, após a prisão do prefeito Atila Jacomussi (PSB), por suspeita de lavagem de dinheiro. “O município está necessitando demais e as pessoas estão sendo muito ‘coniventes’ de ver nossa situação e nos ajudar. Estou tratando com o governo estadual para pegar recurso principalmente para Saúde, indo a Brasília e tentando aumentar o repasse de ISS (Imposto Sobre Serviço), para melhorar nossa situação”, declarou. A prefeita, no entanto, não soube precisar valores nem prazos para que os recursos cheguem ao município. “Estou lutando por isso, não é assim de imediato, estou no cargo apenas há três meses”, finalizou.

 

Morando afirma que ajudar Mauá contribui com a Segurança da região

 

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), afirmou que a cessão em comodato para a Prefeitura de Mauá de dez viaturas, que serão utilizadas pela GCM (Guarda Civil Municipal) é uma forma de ajudar toda a região. “Estamos fazendo mais um ato de transparência do que político”, declarou, após sancionar a lei que oficializou o empréstimo. “Essas viaturas não estavam em circulação, seriam leiloadas. Considerando a calamidade financeira do município e a perda de carros por dificuldades com pagamento, tomamos a iniciativa de emprestar essas dez viaturas”, explicou.

A prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo (MDB), que estava acompanhada pela filha, a ex-deputada Vanessa Damo (MDB), agradeceu o gesto. “Agradeço muito à Câmara e ao prefeito, que foi de uma gentileza incrível. Já recomendei ao Simão (secretário de Segurança Pública, Luiz Alfredo dos Santos Simão), que a gente entregue em 180 dias as viaturas, em bom estado, como recebemos”, afirmou.




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