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Temos melhores e piores
índices de mortalidade
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
27/08/2011 | 07:30
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Dados divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados sobre a mortalidade infantil apontam que São Caetano, com 7,7 mortes a cada 1.000 nascimentos, está entre as cinco cidades com menor taxa do Estado, entre as quais estão Barretos e Franca. Já Mauá, com taxa de 17,4, tem um dos piores índices, próximo de Guarujá e São Vicente.

Das sete cidades da região, apenas São Caetano e Santo André (com 11,1), têm taxas de mortalidade infantil abaixo da média estadual, que foi de 11,9. O índice da região ficou em 13,2. Os indicadores são referentes ao ano passado.

Em comparação a 2009, três cidades da região tiveram pequeno crescimento no índice: casos de São Bernardo, São Caetano e Mauá. Outras três tiveram redução, como Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Apenas Diadema manteve o nível.

A explicação para o alto índice de mortalidade de Mauá é atribuída principalmente às dificuldades enfrentadas em 2009. De acordo com a assessora da Secretaria de Saúde e responsável pela Rede de Atenção Básica, Iacy Millone, a falta de agentes comunitários de Saúde e até a questão socioeconômica da população impactaram no resultado. "Passamos 2009 inteiro sem agentes. Hoje temos 292 em atividade. É uma questão econômica e cultural. As mulheres chegam aos postos de Saúde para fazer pré-natal com cinco meses de gestação, quando o ideal seria fazê-lo no primeiro trimestre." Descobrir do quê as crianças estão morrendo é uma das metas da Prefeitura. Está em curso a criação de planos de enfrentamento do problema em cada unidade de Saúde. A expectativa é terminar o trabalho até outubro e colher melhorias em até dois anos.

SÃO CAETANO
Entre as cidades com mais de 50 mil habitantes da Região Metropolitana de São Paulo (são 39), São Caetano tem a menor taxa de mortalidade infantil.

Para a assessora especial de Coordenação da Ação Social da Prefeitura, Regina Maura Zetone, o índice poderia ser até menor se a análise fosse realizada apenas no Hospital Infantil Márcia Braido, única maternidade pública da cidade. "É que são considerados dados dos hospitais privados. Mas nossa taxa é inferior a seis mortes para 1.000 nascimentos. Esse é o principal indicador da qualidade do serviço de Saúde prestada no município, que envolve 100% de esgoto tratado, qualidade de UTIs e cobertura vacinal", disse.

A gestante de São Caetano faz até nove ultrassons por gravidez e conta com diversos programas de assistência médica a prematuros e incentivo ao aleitamento materno.

 

Diadema comemora terceiro melhor índice da região

Apesar de Diadema não ter conseguido reduzir o índice em relação a 2009, a secretária de Saúde, Aparecida Pimenta, vê motivos para celebrar o número, que continuou o mesmo em 2010.

"Em 2000, nossa taxa era de 14,1. A tendência é positiva. Nosso objetivo é alcançar a taxa com menos de dois dígitos, mas esse plano é a médio prazo. Queremos primeiro igualar a média do Estado."

Para conseguir índice mais satisfatório, a Prefeitura aposta no Projeto Rede Cegonha, do governo federal, que segue em implementação no município.

Trata-se da garantia de atendimento seguro e humanizado até os dois primeiros anos de vida do bebê. A medida também abrange a assistência obstétrica às mães, com foco na gravidez, no parto e pós-parto.

 

Governador ressalta queda da taxa estadual

Na cerimônia de divulgação dos dados realizada ontem no Hospital Infantil Cândido Fontoura, na Água Rasa, na Capital, o governador Geraldo Alckmin (PSBD) demonstrou otimismo com o índice estadual, que apresentou queda de 12,4 para 11,9 entre 2009 e 2010.

"Temos um dos melhores índices do Brasil, atrás apenas do Distrito Federal. Estamos com 311 municípios com índice abaixo de dez mortes por 1.000 nascimentos. Nossa meta é chegarmos à média de um dígito no Estado, mas a partir daí a queda é mais lenta. Estamos fazendo esforço permanente para oferecer bom pré-natal e também atendimento ao parto."

As regiões mais problemáticas, com taxas de mortalidade próximas de 20, são Baixada Santista, Sorocaba e Taubaté. Segundo a coordenadora de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde, Tânia Lago, o maior problema ainda é o baixo desenvolvimento social e econômico das regiões, embora problemas na qualidade do pré-natal e da assistência ao parto existam.

"É um conjunto de fatores. Essas mulheres fazem cerca de seis consultas de pré-natal durante a gestação, por exemplo, mas ainda temos dificuldades para fixar um neonatologista experiente nessas regiões. E é para isso que vamos trabalhar", disse Tânia.

Entre as razões para a redução na mortalidade estão o aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, a ampliação do acesso ao pré-natal, a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa de crianças pelo Sistema Único de Saúde, avalia a coordenadora.

Sobre São Caetano, Tânia Lago atrelou o bom índice às condições econômicas da cidade. "É cidade com uma das maiores rendas per capta do Estado. Onde tem riqueza e qualidade de vida o desenvolvimento humano é maior. As pessoas são ativas, cobram serviços sociais e há profissionais de qualidade. O ambiente é favorável à Saúde."




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