Política Titulo Editorial
Empacado
Do Diário do Grande ABC
31/12/2016 | 09:02
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Aline Pietri/DGABC


Lançado com pompa e circunstância em 2007, ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tinha dois objetivos claros e um oculto. Contribuir para o desenvolvimento da economia e minimizar as históricas mazelas sociais do País eram as metas divulgadas publicamente. A terceira, que só veio a se saber algum tempo depois, era impulsionar a candidatura à Presidência da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que disputaria o cargo em 2010.

Quase dez anos depois, pode-se dizer com segurança que os dois primeiros objetivos, ambos técnicos, naufragaram. O outro, político, foi um sucesso. Fortalecida pelo discurso de que era a gerente eficiente que o Brasil precisava para seguir crescendo, após oito anos de relativo sucesso administrativo do PT, Dilma foi eleita presidente. Ganhou de novo em 2014, mas teve o mandato interrompido de forma melancólica por processo de impeachment, no último dia de agosto, acusada de maquiar as contas públicas com o propósito de ludibriar o cidadão e obter a reeleição.

Mas se o PAC serviu ao PT, o mesmo não se pode dizer do Brasil. O programa foi insuficiente para acelerar o crescimento do País, que hoje vive em recessão e atravessa uma das maiores crises financeiras da história. Também não ajudou a melhorar o bem-estar dos brasileiros, que ainda sofrem para ter moradia, Educação, Saúde, transporte e Mobilidade, apenas para ficar em alguns exemplos, de qualidade.

O Grande ABC, região para a qual os dois últimos presidentes petistas prometeram mundos e fundos, é exemplo acabado da distância entre o discurso oficial e a realidade. Apenas 43 das 378 intervenções que beneficiaram as sete cidades saíram do papel, o que dá a ínfima porcentagem de 11,37% dos projetos concluídos e entregues à população.

Como bem observou o cronista político Augusto Nunes, se Dilma Rousseff é a ‘mãe do PAC’, como a apelidou Lula, este é o parto mais demorado de todos os tempos. 




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