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Kuroda, do BC japonês, diz estar confortável com atuais juros de longo prazo
20/12/2016 | 06:30
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O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta terça-feira que as taxas de juros de longo prazo estão em níveis "apropriados", minimizando os recentes avanços no rendimento dos bônus do governo japonês (JGBs) de 10 anos acima da meta de juro zero do BC japonês.

"Eu acho que o atual formato da curva de juros é apropriada", disse Kuroda durante coletiva de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BoJ. Mais cedo, o BoJ decidiu manter sua política inalterada, inclusive a meta de juro zero do JGB de 10 anos, que foi estabelecida em setembro.

Os comentários de Kuroda sugerem que o BoJ não está tão preocupado com a recente tendência de alta do juro do JGB de 10 anos quanto especulavam alguns participantes do mercado e que está disposto a permitir que o rendimento se desvie da meta até certo ponto.

"Não é significativo debater se devemos permitir que o juro suba para 0,1% ou caia para -0,1%," avaliou Kuroda, acrescentando que o sistema de controle da curva de juros está funcionando bem.

Kuroda, porém, disse que é "prematuro" discutir quando o BoJ poderá elevar a meta de juro, levando-se em conta a distância entre os baixos níveis de inflação do Japão e o objetivo do BC japonês, que é de gerar inflação de 2%.

Por outro lado, Kuroda disse que a alta de juros de bônus no exterior, como dos Treasuries, não significa que "está tudo bem" se os juros japoneses também subirem.

Ainda segundo Kuroda, as expectativas de inflação estão em "fase de enfraquecimento" e o BoJ ajustará sua política para garantir o cumprimento da meta, se necessário. Para o chefe do BoJ, a manutenção de uma forte postura de relaxamento acomodatício é "a mais apropriada" para se atingir a meta.

Kuroda também comentou que o BoJ continuará comprando fundos de índices de ações (ETFs, na sigla em inglês) no ritmo anual de 6 trilhões de ienes, apesar do recente rali na Bolsa de Tóquio e de sinais de melhora da economia de modo geral.

Sobre a forte queda recente do iene ante o dólar, Kuroda afirmou não ver problema. "Todos dizem que o iene está muito fraco, mas (a moeda japonesa) apenas voltou para onde estava em fevereiro", ressaltou Kuroda. Embora as trajetórias divergentes das políticas monetárias dos EUA e Japão possam afetar o iene, "não espero que o enfraquecimento do iene vá muito longe porque uma série de outros fatores também afetam as taxas de câmbio", acrescentou.

Os recentes movimentos do iene vão ser levados em consideração quando o BoJ atualizar suas previsões de inflação, em janeiro, disse Kuroda. Fonte: Dow Jones Newswires.




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