Após assinar nesta quarta-feira o reajuste do salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que irá vetar qualquer reajuste que ultrapasse o valor acordado com as centrais sindicais e com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência, Nelson Machado.

Numa referência a proposta da oposição de elevar em 16,67% os benefícios da Previdência para quem ganha mais de um salário mínimo, feita em outubro e vetada pelo presidente, Lula disse que não deixará ninguém extrapolar o limite. “Não tenham dúvida que eu veto, como vetei, antes das eleições, a demagogia daquele aumento que quiseram dar”, assinalou. O índice definido pelo governo para este aumento havia sido de 5,01%.

O novo valor do mínimo foi definido no último dia 20. Na ocasião, Marinho e Machado fecharam com as centrais sindicais o reajuste de 8,6% do salário. O novo mínimo entra em vigor em março de 2007.

Segundo a Força Sindical, até 2010, o salário mínimo será reajustado com base na inflação mais o PIB (Produto Interno Bruto). A cada ano a data de vigência será antecipada em um mês, até que seja fixada em janeiro.

A tabela do IR (Imposto de Renda) será corrigida em 4,5% a cada ano até 2010. Com a decisão, vencem as centrais sindicais e perde a equipe econômica do governo, que defendia correção das faixas salariais de tributação em 3% para os próximos dois anos.

Reformas – Depois de definir o novo mínimo que passará a valer a partir do próximo ano, o presidente pediu apoio dos mais variados setores da sociedade para realizar as reformas de que o Brasil necessita.

“Vamos construir grandes fóruns no país e encontrar a solução para cada um dos problemas”, disse Lula, deixando claro que o governo jamais irá tirar direitos adquiridos pelos trabalhadores ao longo dos anos.