Automóveis Titulo
Montana: a desafiante
Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
10/11/2010 | 07:01
Compartilhar notícia




Uma tem apelo aventureiro. A outra recorre ao visual esportivo. Em comum, as duas têm o tamanho, o preço e o desejo de conquistar o consumidor jovem que esteja mais preocupado em dar um ‘rolê' do que propriamente utilizá-las para o trabalho pesado. Estamos falando das picapes pequenas Peugeot Hoggar Escapade e a nova Chevrolet Montana Sport, protagonistas deste equilibrado comparativo.

E nessa briga de ‘caçulas' - as duas são os lançamentos mais recentes do segmento -, a Hoggar encaixa o primeiro importante golpe na concorrência. Partindo de R$ 43,5 mil, a Peugeot é R$ 540 mais em conta que a Montana (R$ 44.040).

A ‘pugilista' treinada pelos engenheiros e ‘designers' da Chevrolet, no entanto, assimila o golpe e emenda um ‘gancho' no queixo do ‘Leão' pelo melhor custo-benefício. Por este valor, a picape produzida em São Caetano entrega de série air bag duplo, freios com ABS, controlador de velocidade e sensor crepuscular. Nada disso vem de fábrica na Hoggar, que oferece, como únicos opcionais, os air bags (R$ 1.000).

ESPAÇO - No segundo ‘round', o espaço de ambas é colocado à prova. Vamos para a caçamba, que é o que realmente interessa. Analisando a capacidade de cada uma sem proteção, a Chevrolet leva ligeira vantagem de 29 litros - são 1.180 litros, contra 1.151 litros -, diferença que a consagra como a maior caçamba da categoria.

Ponto positivo para a Hoggar pela tampa removível da caçamba, algo que não existe na Montana e que merece ser revisto devido à praticidade que proporciona.

Hoggar e Montana não têm opção de cabine estendida. No entanto, ambas dispõem de agradável espaço atrás dos bancos. Na Chevrolet, o espaço é maior e o acesso mais fácil. Na Peugeot, as sacolas do supermercado ou mochilas vão mais apertadas e o acesso é mais complicado devido à ruim localização do manete que baixa o encosto do banco. Detalhe: quando o banco vem para frente, o encosto de cabeça bate no volante e aciona a buzina.

A posição de dirigir de ambas é agradável. O controle de altura do banco do motorista ajuda na sensação de conforto ao volante. Por ser mais alta, a posição ao volante na Montana é naturalmente um pouco mais elevada.

Ponto negativo para os comandos dos vidros elétricos da Hoggar entre os bancos, próximos ao freio de mão, e para as peças plásticas com pequenas rebarbas da Montana.

Em tempo. A Montana oferece excelente visibilidade traseira - digna de elogios -, algo normalmente prejudicado nas picapes em geral.

DESEMPENHO - Atrás na pontuação dos juízes, a Peugeot parte para cima no ‘round' final na tentativa de levar a rival a nocaute mostrando força no desempenho. E realmente, neste ponto, a Hoggar está melhor preparada. Com motor 1.6 16V Flex de 15,5 mkgf de torque e 113 cv de potência, a picape vinda de Porto Real (RJ) é mais ligeira. A transmissão tem engates mais precisos e a suspensão independente na traseira - herdada do Partner - a transforma em um ‘hatch' no quesito dirigibilidade.

A Montana, com motor 1.4 Econo.Flex - melhor 1.4 do País -, não aguenta o ritmo da rival. Em baixas rotações - até 2.000 rpm - falta força. Um motor mais potente - talvez a volta do 1.8 Flexpower - seria uma boa opção (quem sabe a melhor) para a picape. A transmissão tem certa imprecisão, mas a suspensão responde bem e transmite confiança nas curvas.

E O CAMPEÃO É... - Apesar de mostrar cansaço na última parte da luta, com desempenho um pouco inferior, a nova representante da Chevrolet venceu nos pontos por apresentar melhor custo-benefício, caçamba maior e melhor espaço interno.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;