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Terroristas islâmicos desafiam regime paquistanês
Por Das Agências
27/02/2002 | 09:37
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A matança terça-feira de dez xiitas em uma mesquita do norte do Paquistão, região de maioria sunita, poucos dias depois do assassinato de um jornalista norte-americano, é um novo desafio ao presidente Pervez Musharraf, estimam esta quarta-feira analistas. Eles consideram que o pior - inquietude confirmada por um oficial superior da polícia anti-terrorista que assinala novas atitudes deste tipo - poderá acontecer nas próximas semanas.

No contexto da derrota dos fundamentalistas talibãs do vizinho Afegansitão e das medidas anunciadas em 12 de janeiro para limitar o extremismo no Paquistão, os "grupos extremistas dirigiram ao governo uma nova mensagem", estimou quarta-feira Riffat Hussain, chefe do departamento de Estudos da Universidade de Islamabad.

O brutal assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl e o ataque terça-feira contra uma mesquita xiita mostram que Pervez Musharraf "enfrentará uma resistência sangrenta em sua tentava de modernização do Estado, e que os obstáculos a serem enfrentados são sérios", acrescentou o universitário.

"Os grupos militantes que ele classificou de foras-da-lei criam resistência. Não há que minimizar a resistência oposta à sua vontade de reformar a sociedade, modernizá-la e situá-la no campo dos moderados", continuou Riffat Hussain. "Isto mostra também que as organizações militantes têm diversos cabeças", sustentou por sua vez um membro da polícia aniterrorista.

"Conter e eliminar as estruturas profundas dos movimentos extremistas que estão se expandindo no Paquistão depois da derrota dos militantes paquistaneses envolvidos com os talibãs afegãos e do anúncio presidencial de uma severa repressão do extremismo é uma terefa titânica", acrescentou este oficial, que pediu anonimato.

"Não podemos colocar policiais em todos os lugares de culto do país. Os terroristas, em contrapartida têm ramificações em toda parte", explicou.

Uma ação rápida e meios reforçados são necessários em sua opinião para manter a pressão sobre os terroristas e seus partidários e em seguida detê-los. "Se continuar assim, continuarão atacando à vontade", continuou.

Hasan Askari Rizvi, um analista político, pensa que os últimos fatos "demonstram que os militantes (islamitas) estão se reagrupando". "Os grupos islamitas estão se reagrupando desde o discurso de 12 de janeiro (durante o qual o presidente Musharraf anunciou que condenava cinco organizações extremistas) e querem demonstrar ao governo e à comunidade internacional que continuam ativos. Vão desafiar o regime de Musharraf e sua política de controle do terrorismo e dos terroristas", acrescentou.

"O Governo deve reformar os organismos civis de manutenção da ordem e vigiar certos elementos da inteligência militar no terreno", prosseguiu o analista. "É preciso também estudar as diferenças que existem entre cada tendência e se apoiar nos elementos islamistas que não compartilham a ideologia extremistas", estimou.




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